Dia 28 de Junho a Alagamares promoveu uma visita guiada às Fortificações de Elvas classificadas como Património Mundial, bem como à Adega Mayor, do grupo Nabeiro, em Campo Maior.
Do programa constou uma visita ao Forte da Graça, e uma visita à cidade de Elvas guiada por Nélson Domingos e Felicidade Moura, técnicos de Turismo da C.M.Elvas
Com concentração junto ao aqueduto da Amoreira, visitou-se a cisterna setecentista, o convento de S. Paulo, Trem Alto, a Casa das Barcas, S. Martinho, Conselho de Guerra, os quartéis da Rua dos Quartéis, a igreja das Domínicas, o Pelourinho, a Porta do Templo, a mais antiga Fábrica de Ameixa confitada de Elvas, em actividade desde 1919, etc.
O Forte de Nossa Senhora da Graça, hoje em ruínas e por isso alvo da nossa visita, localiza-se em posição dominante sobre o chamado Monte da Graça, e integrava a defesa da praça forte de Elvas, que complementava.
No século XVII, a posição estratégica do monte da Graça, ocupada por tropas espanholas no contexto da Guerra da Restauração, muito caro custou a Portugal durante o cerco a Elvas (1658-1659).
Durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a cidade sofreu novo sítio (1762). Com esse facto em mente, sob o reinado de D. José I, tendo o Marquês de Pombal chamado o conde de Lippe para reorganizar o Exército português, determinou-lhe traçar os planos para a modernização daquela praça-forte.
Os trabalhos do Forte da Graça iniciaram-se em 1763, estendendo-se até ao reinado de D. Maria I, que o inaugurou em 1792, com o nome de Forte Conde de Lippe, que comandou o Exército português entre 1762 e 1764.
O forte resistiu às tropas espanholas durante a chamada Guerra das Laranjas (1801) e mais tarde, no contexto da Guerra Peninsular, às tropas do general Soult, que bombardearam Elvas (1811), não chegando a tomá-la.
Utilizado no passado como prisão militar, o conjunto encontra-se hoje em condições próximas da ruína, aguardando a sua cedência à Câmara Municipal de Elvas para consolidação e restauro.
A estrutura, de planta quadrangular com cento e cinquenta metros de lado, é completada por baluartes pentagonais nos vértices. Quatro revelins cobrem as cortinas, a meio das quais se inserem o portão monumental (Porta do Dragão) e três poternas. O corpo central da praça apresenta um reduto elevado, de planta circular, com dois pavimentos e parapeito, abrindo canhoneiras para três ordens de baterias em casamatas. Sobre o reduto, como sua lanterna central, uma torre circular com dois pavimentos abobadados: o primeiro constituindo-se em uma capela decorada e o segundo, na Casa do Governador. Abaixo da capela, escavada na rocha viva, uma cisterna é uma de suas obras mais notáveis.
Externamente, a estrutura é completada por um hornaveque com revelim e poterna, e por um fosso seco, largo e profundo.
Espera-se que depois da classificação como património mundial ganhe uma nova vida e seja devolvido à pública fruição.
Sobre a Adega Mayor
Na paisagem bela planície alentejana de Campo Maior, Siza Vieira ergueu um edifício original caiado a branco, dividido em dois pisos na sua maior extensão, e com um terceiro piso destinado a uso turístico e promoção dos vinhos da Adega Mayor.
O rectângulo assenta na cavidade existente e ergue-se em muros de nove metros de altura. No topo sudoeste da construção situa-se o acesso ao edifício. Siza reservou o último piso para a vertente social e pública do vinho, onde foi criada a sala de provas, que se abre para um terraço panorâmico com relvado e espelho de água central encabeçado por um painel esculpido em mármore, desenhado pelo arquitecto. Este terraço panorâmico permite observar a vinha e o olival da herdade bem como avistar Espanha e a Serra de Portalegre.
Entre os vinhos aí produzidos e comercializados pelo grupo Nabeiro estão o Caiado, Monte Mayor, Solista, Reserva do Comendador e Pai Chão.
Algumas fotos da jornada:
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