Dia 21, no Centro Cultural Olga Cadaval, a primeira sessão de Ofensiva Amada, um novo conceito de espectáculo que juntará música, literatura, artes performativas e novos valores, a par com outros consagrados, numa iniciativa da Alagamares e da Musgo, associações culturais de Sintra.
Na primeira sessão, a apresentação por João Rodil do último livro de Miguel Real e Manuel da Silva Ramos, “O Deputado da Nação”, que estarão presentes também, a participação musical de Maria Anadon, Davide Zaccaria e dos Grognation, leituras encenadas por Filomena Oliveira, Gil Matias e Hugo Bettencourt, a colaboração do colectivo de marionetas Valdevinos com O Barbeiro Demoníaco, Álvaro Figueiredo e sua bateria, live sketching com Pedro Marques.
Segundo Paulo Campos dos Reis, da Musgo e da Alagamares, e coordenador executivo do projecto, “Ofensiva Amada” programará, mensalmente, no Olga Cadaval, um encontro de fazedores de cultura das mais diversas áreas (teatro, música, artes plásticas, literatura, etc) reunidos em torno de um tema, pessoa ou efeméride. Pretendemos juntar públicos de idades e gostos culturais diversos. Ampliar, no espaço público, a discussão política (não partidária), estética (eclética), insubordinada sempre. É uma ofensiva/squat sobre um centro cultural que, entendemos, merece uma identidade de programação mais definida“
Todas as terceiras quintas feiras do mês, até Dezembro, no Centro Cultural Olga Cadaval, às 21h 30m (com excepção de Agosto). Preço: 5 euros.Bilhetes à venda na Ticketline e Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.
Miguel Real, Manuel Silva Ramos falam d o seu livro a duas mãos “O Deputado da Nação”, e serão apresentados por João Rodil.
Umbelino Damião nasceu pobre. Ainda jovem, emigrou para Paris, onde viveu o Maio de 1968, andou pelo Brasil fugido de Faustina, uma compatriota por ele tomada de amores, e combateu em Moçambique, na Guerra Colonial. De regresso a Lisboa, sem trabalho, decide abrir um bordel, frequentado pela alta sociedade, onde conhece o futuro presidente do Partido. Por essa razão, decide entrar na política, sendo deputado durante várias legislaturas. Fora do Hemiciclo, faz negócios pouco transparentes com autarcas e chineses e inventa um creme de leite de burra que faz rejuvenescer as mulheres.É um oportunista charmoso e um batoteiro simpático, os negócios prosperam, mas o seu grande sonho (ser porteiro do Moulin Rouge) continua por cumprir. Um dia conhece o misterioso professor Souto e a sua vida mudará.Idealizado por dois dos mais originais e consagrados escritores portugueses, “O Deputado da Nação” é uma maravilhosa mas implacável sátira à classe política e aos que em volta dela gravitam, sobrepondo os interesses pessoais aos da traumatroiquizada sociedade actual.
Miguel Real é o pseudónimo literário de Luís Martins (1953 -) Escritor, ensaísta e professor de filosofia. Recebeu o Prémio Revelação de Ficção da APE/IPLB, em 1979, com O Outro e o Mesmo.Em 2006, conquistou o Prémio Literário Fernando Namora com o romance A Voz da Terra.
Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta, com uma tese sobre Eduardo Lourenço. É, actualmente, colaborador do JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias onde faz crítica literária.
Obras Principais: O Feitiço da Índia (Dom Quixote, 2012) Nova Teoria do Mal: Ensaio de Biopolítica (Dom Quixote, 2012) Introdução à cultura portuguesa: Séculos XIII a XIX pref. Guilherme d’Oliveira Martins (Planeta, 2011) O Pensamento Português Contemporâneo 1890-2010 – O Labirinto da Razão e a Fome de Deus (INCM, 2011) A Voz da Terra (Dom Quixote, 2011) A guerra dos Mascates. Romance (Dom Quixote, 2011) As Memórias Secretas da Rainha D. Amélia (Dom Quixote, 2010) O Sal da Terra (Quidnovi, 2008) O Último Minuto na Vida de S. (Quidnovi, 2007) O Último Negreiro (Quidnovi, 2007).
Prémios Literários: Prémio Revelação de Ficção da APE/IPLB em 1979 (O Outro e o Mesmo)
Prémio Revelação de Ensaio Literário da APE/IPLB em 1995 (Portugal – Ser e Representação)
Prémio «Ler» do Círculo de Leitores 2000 (A Visão de Túndalo por Eça de Queirós)
Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril Sol em 2006 (A Voz da Terra)
Manuel da Silva Ramos nasceu na Covilhã em 1947. Foi para Lisboa estudar Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas acabaria por exilar-se em França.
Obras principais: Os Três Seios de Novélia (1969) Os Lusíadas (1977) As Noites Brancas do Papa Negro (1982) Beijinhos (1996) O Tanatoperador (1999) Adeusamália (1999) Coisas do Vinho, com ilustrações de Zé Dalmeida (1999) Jesus, The Last Adventure of Franz Kafka (2002) Viagem com Branco no Bolso (2001)Café Montalto (2003) Ambulância (2006) O Sol da Meia-Noite (2007) Contos para a Juventude (contos, 2007) A Ponte Submersa (2007) Impunidade das Trevas (2015)
Prémio de Novelística Almeida Garrett de 1968, instituído pela Editorial Inova e Portugália Editora, com “Os Três Seios de Novélia”
Álvaro Figueiredo
Baterista, com Mário Campos, Nuno “Billy”Domingues e Carlos Martins integra a banda rock Mostarda no Prego. Igualmente autor de ficção – editou, pelas edições Tema, “Prodigiosas Acrobacias e Outro Argumentos”
Gil Matias
Conhecido especialmente como encenador de muitos grupos do concelho de Sintra (Almoçageme, Montelavar, Cintrões/Trabalhadores da Câmara Municipal de Sintra, etc), Gil Matias é sobretudo um “homem bom”, solidário, altruísta, amante da sua terra, animador e divulgador cultural de longa data, e um homem de convicções.
Hugo Bettencourt
Com formação pela escola de Cascais e ESTC,trabalha com o TEC em espectáculos dirigidos por Carlos Avilez; trabalhou igualmente no TNDM no Rei Lear dirigido por Richard Cottrell, na Malaposta (com direcção de Laureano Carreira), e Teatro da Trindade, com Amândio Pinheiro. Em 2009, traduziu e interpretou Ilhas Distantes de David Greig (Teatroesfera/Teatro da Comuna).
Pedro Marques
Pedro Marques surge-nos na sua vertente de urban sketcher. Os Urban Sketchers. aprisionam em folhas de papel o quotidiano e as paisagens, a arquitectura e os indivíduos, os pormenores e as panorâmicas, com lápis ou canetas, com muitas cores ou sem recorrer a elas.
Filomena Oliveira
Filomena Oliveira é dramaturga e encenadora e coautora com Miguel Real dos textos originais e adaptações dramatúrgicas de vários espetáculos entre os quais Memorial do Convento, de José Saramago, em cena no Palácio Nacional de Mafra desde 2007 e na Fundação José Saramago desde 2011, Camões e Pessoa (Jerónimos, 2012) e Os Maias, Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra, 2010, entre outros.
Valdevinos
Os Valdevinos apresentam O Barbeiro Diabólico.
Dom Roberto vai casar e decide ir ao barbeiro fazer a barba e o cabelo. Achando o corte demasiado caro, regateia o preço o que desencadeia uma luta à paulada que culmina com a morte do barbeiro. Aparece o polícia para investigar, a seguir o diabo para o condenar e por fim a Morte para o levar mas Dom Roberto consegue resistir a todos.
Apesar das novas tecnologias se imporem à velocidade de uma estrela cadente, nada sobrepõe o imaginário de uma criança. E é para elas, as crianças que, há dezoito anos os Valdevinos dedicam o seu trabalho, já lá vão trinta e oito produções e um espólio de duzentas e cinquenta marionetas, mas olham o presente com a mesma persistência e paixão com que apresentaram em 1998, a primeira produção, “O lorpa” de António Pedro.
Em Março 2015 inauguraram a Casa da Marioneta de Sintra. Este espaço promove uma maior ligação à comunidade, ao universo temático (sensibilização ambiental, gosto pelo livro e leitura, entre outros) e ao espólio da companhia, através de actividades programadas, de carácter pedagógico e lúdico, dirigidas a públicos diversos.
Maria Anadon e Davide Zaccaria
“(Re)Cantos da Alma” é o novo disco da cantora e autora Maria Anadon e do violoncelista, guitarrista e compositor Davide Zaccaria.
Este cd apresenta entre os temas originais, uma revisitação ao que se pretende que seja os recantos da alma coletiva, integrando alguns dos nossos grandes compositores e letristas: Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Chico Buarque, Florbela Espanca, João Gil, Amália Rodrigues, Carlos Gonçalves.
Com uma sonoridade especial, criada a partir dos arranjos de Davide Zaccaria para 4 violoncelos e guitarra Portuguesa, a voz quente de Maria Anadon e a sua formação jazzística, sobressaem nas dinâmicas necessárias para que se perceba cada palavra que canta, transmitindo assim, toda a emoção do sentir a Música Portuguesa.
GROGNATION
Os GROGNATION, uma das mais promissoras formações de Hip Hop local (são de Mem Martins!) actuam ao vivo na estreia de Ofensiva Amada, dia 21 de Abril, quinta-feira, no Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra.
Oportunidade imperdível para ver os GROG num formato mais intimista. Depois de Sintra, é no Rock In Rio. Sempre a somar!
Acompanhe-os aqui:
https://www.facebook.com/grognation