Em colaboração com a editora Parsifal, e com comentários de Miguel Real, foi promovida pela Alagamares no dia 5 de Novembro no MU.SA- Museu das Artes de Sintra, o novo livro de Filomena Marona Beja “Um rasto de alfazema”.
No caso específico de “Um Rasto de Alfazema”, o epicentro da narrativa são os nossos dias, os dias da crise. Dias difíceis, uma época que tem assistido a profundas transformações na economia, na sociedade. Mas também nas famílias através das novas facetas e abordagens familiares, o desemprego que fustiga milhares de portugueses levando tantas pessoas ao desespero porque afinal, nada disto estava programado antes do início da crise. A crise condiciona também o amor e a forma como as relações afectivas se desenrolam e sobrevivem. Os casamentos desfazem-se e as novas relações tendem a estabelecer-se sem papel passado enquanto o amor durar. É mais fácil assim cada um ir para seu lado.
«Filipe Rolizo crescera a respirar os ares de cidade, mas conservara as lembranças da Quinta da Zamboeira, antiga propriedade da família. E as memórias dos aromas campestres, de um rio a correr para o Tejo, da vastidão da charneca e dos cavalos lusitanos, que sempre amara. Distraidamente, o rapaz vai crescendo, amadurece, faz-se homem. Surge, então, Ana Isabel e, anos depois, Isabelinha.
Quando menos esperava, veio a crise, trazendo com ela o divórcio e o desemprego e também as perplexidades da vida. Rupturas. Mas também novos amigos, novas relações, Teresa e Ruben, que se aproximam arriscando amor. Como os balões, ao longe, subindo no horizonte e deixando-se ir para onde os empurra o vento. Será Filipe Rolizo capaz de voar em sentido inverso?
Um Rasto de Alfazema marca o regresso ao romance de Filomena Marona Beja, que no seu característico estilo sincopado mas firme, alicerçado em frases de precisão singular, apresenta ao leitor uma obra memorável, que constitui uma extraordinária metáfora dos nossos dias.»
Usaram da palavra João Aguiar, da Alagamares, Miguel Real, o editor Marcelo Teixeira e a autora, que no final autografou alguns exemplares da obra.