A Alagamares e a requalificação do Largo D. Fernando II, em S. Pedro de Penaferrim

Abordado em reunião da Alagamares-Associação Cultural o tema da reformulação do espaço da tradicional Feira de S. Pedro, para o qual alguns sintrenses abordaram a Alagamares tentando curar da nossa posição, atenta a Memória Descritiva do Projeto de Requalificação do Espaço Público de São Pedro, Projecto Base, Praça Dom Fernando II, Rua Tude de Sousa e Rua Marquês de Viana, datada de Abril de 2016, e da responsabilidade do Gabinete de Reabilitação Urbana da Câmara Municipal de Sintra, foi decidido emitir opinião no sentido de que qualquer intervenção no local não deixe de respeitar o espírito e a História do lugar, acautelando a prévia auscultação dos moradores e visitantes, no quadro da lógica que levou à classificação de Sintra como Paisagem Cultural da Humanidade, fazendo coabitar no local de forma coerente funções de lazer, estacionamento e convívio.

A feira de S.Pedro, lugar de romaria para sintrenses e turistas, duas vezes por mês,aos segundos e quartos domingos,”nunca antes de oito nem depois de vinte e oito”,terá tido o seu início em 1781,como feira anual, mediante autorização de D.Maria I e a pedido do Conde de Cantanhede e outros moradores, como Joaquim Ignacio da Cruz Sobral,”quee tinhão casas e fazendas no sitio e lugar de Sam Pedro de Pennaferrim de Cintra e tinham o preciso movimento para gastos de suas casas por serem distantes desta côrte cerca de quatro léguas.E porque no dito logar havia um rocio commodo para se poder fazer huma feira franca em dia de Sam Pedro(…)Me pedirão lhes fizesse mercê conceder Provisam para se fazer a dita feira franca nos dias de Sam Pedro de cada hum anno”

Nestes termos, a primeira feira teve lugar em 1 de Março de 1781,passando a bimensal em 1924,sendo durante muito tempo uma feira de gado.

Mais se chama a atenção para que no local existiu até ao século XV, pelo menos, a Gafaria (leprosaria), e na envolvente outros imóveis notáveis a carecer de intervenção urgente, como a Quinta D. Diniz, a Gandarinha ou a Quinta de Santa Theresa.

A recente descoberta de vestígios arqueológicos (funerários) aconselha igualmente uma avaliação dos artefactos e ossadas encontradas, realçando a sensibilidade do local.

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