No ano em que se assinala o Centenário da Morte de António Augusto Carvalho Monteiro, figura singular no panorama cultural português, a Fundação Cultursintra FP, em parceria com a Alagamares Associação Cultural, promovem um ciclo de conferências na Quinta da Regaleira, já previstas para ter início no mês de Março, mas por motivos óbvios objeto de adiamento.
Dia 2 de setembro, na primeira do ciclo, recebemos o prof. José Manuel Anes, que falou sobre A Regaleira e a Maçonária Templária, a qual teve transmissão em direto e pode ser vista nas páginas de Facebook da Quinta da Regaleira e da Fundação Cultursintra FP (facebook.com/cultursintra) e também no canal de YouTube da Quinta da Regaleira (youtube.com/quintadaregaleira).
Ver abaixo a conferência
Nota: atenta a qualidade do som na parte inicial, recomendamos que comecem a visualização a partir do minuto 8,17
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SOBRE O ORADOR
José Manuel Anes é autor e coautor de cerca de 30 livros e artigos no domínio das espiritualidades e religiosidades alternativas, de entre os quais se referem “Re-criações herméticas I e II” (1996, 1997), ambos na Hugin eds. – e que serão reeditados brevemente na editoria Zéfiro -, “Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos” (3ª. Ed. 2006), “Um outro olhar – a face esotérica da cultura portuguesa (2006), ” “Os jardins iniciáticos da Quinta da Regaleira” (1ª. Ed. 2004, 2ª. Ed. 2006), “Mozart e os mistérios iniciáticos” (2007), “Alquimia, os alquimistas contemporâneos e os novos movimentos religiosos” (2009) – resumo da sua Tese de Doutoramento -, ”Guia simbólico da Quinta da Regaleira” (2010), todos na Ésquilo e na Eranos que lhe sucedeu e ainda “Uma Introdução ao Esoterismo Ocidental (Arranha Céus, 2ª. Edição, 2014)
À conversa com José Manuel Anes sobre a Quinta da Regaleira e o seu criador:
PRÓXIMA CONFERÊNCIA : 16 de Setembro, 18h30m. Mais informações em breve
A Mitologia Clássica na Regaleira
Conferência pela Profª Filomena Barata
Licenciada em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, tem Mestrado de Arqueologia pela Faculdade de Letras do Porto, em 1997. Fez a profissionalização em exercício do ensino secundário, no ano letivo de 1990/91, pela Universidade Aberta. Foi, desde 2011, técnica Superior da Direção Geral dos Bens Culturais da Secretaria de Estado da Cultura. É, desde setembro de 2016, técnica superior do Museu Nacional de Arqueologia.
SOBRE ANTÓNIO AUGUSTO CARVALHO MONTEIRO
António Augusto de Carvalho Monteiro, nascido no Rio de Janeiro em 27 de novembro de 1848, ficou conhecido pela alcunha de Monteiro dos Milhões, e foi um homem de cultura, camonista e entomologista, especialmente conhecido por ter sido o responsável pela construção do palácio da Quinta da Regaleira, em Sintra.
Herdeiro de uma grande fortuna, multiplicada no Brasil com o comércio de cafés e pedras preciosas, cedo embarcou para Portugal onde se licenciou em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1871.
Casou-se, em 1873, com Perpétua Augusta Pereira de Melo, e regressou ao Brasil, onde viveu em Petrópolis e no Rio de Janeiro até 1876.Foi um distinto coleccionador e bibliófilo, detentor de uma das mais raras colecções camonianas.
Ao morrer, em 1920, tinha mandado construir o seu túmulo, no Cemitério dos Prazeres (acima) ao mesmo arquitecto que construiu a Quinta da Regaleira, Luigi Manini A porta do jazigo, também ele recheado de simbologia, era aberta com a mesma chave que abria a Quinta da Regaleira e o seu palácio em Lisboa, na Rua do Alecrim.
O jazigo, localizado do lado esquerdo na alameda de quem entra no Cemitério, ocupando uma área com o lugar, o tamanho e a forma do secretário num templo maçónico, referenciando a igreja como oriente, ostenta múltipla e variada simbologia.
A porta tem gravada na aldraba, uma borboleta da família Sphingidae (esfingídeos) que tem a particularidade de ter um desenho no tórax semelhante a uma caveira.
O gradeamento, que se pode ver nas traseiras do jazigo, ostenta a simbologia do vinho e do pão, o espírito e o corpo. Corujas, símbolo de sabedoria, ornamentam o jazigo, assim como as papoilas-dormideiras que simbolizam a morte.