Na sequência do protocolo de colaboração entre a Alagamares e a Sociedade Filarmónica Os Aliados, recentemente celebrado, e como forma de vivenciar o Verão em S. Pedro, levaram ambas as associações a cabo na sede daquela associação um programa cultural no sábado dia 2 de Julho Vivenciar os espaços, juntar as pessoas e partilhar momentos de aprendizagem e boa disposição, foram o cerne deste sarau onde vários amigos e grupos se juntaram pelo prazer da Cultura.
Participaram Fernando Morais Gomes,que falou da História de S. Pedro de Penaferrim, fatos e lendas; o grupo de teatro da Caixa Geral de Depósitos, com a mini peça “O Panfleto”ensaiada pelo prof. Eurico Leote; alguns pares da Associação Danças com História, com contradanças do século XVII; a escola de música dos Aliados; Cláudio Pires, dirigente associativo de Queluz, que apresentou o projeto PEQ22, a ocorrer no Verão nessa localidade, e a poetisa Ofélia Cabaço, com alguns dos seus poemas.
SOBRE OS PARTICIPANTES
ANAC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS APOSENTADOS DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
O grupo de teatro da ANAC – Associação Nacional dos Aposentados da Caixa – Caixa Geral de Depósitos, apresentou o seu último trabalho intitulado “O Panfleto”, da autoria de Antônio Doce (pseudónimo) elemento do grupo entretanto falecido.
Em cena 10 personagens convidados para um encontro através de um panfleto, onde apenas se indica o dia, a hora e o local. Vão conversando sobre tudo e nada, até concluírem que perderam tempo, e que foram enganados. Alguma interação com o público no final, e um cheirinho de canto.
DANÇAS COM HISTÓRIA
Há mais de vinte anos que a Associação Danças com História (ADCH) leva a cabo um cuidadoso trabalho de recolha, preservação e exibição do património da dança antiga. Escorados numa sólida reputação, os seus espetáculos são vibrantes viagens ao passado nacional e europeu, através do rigor das suas músicas, coreografias e trajes.
Uma das épocas a que a ADCH mais tem dedicado particular atenção é o século XVII, o século do triunfo do barroco e das inglesas country dances, mais conhecidas como as contradanças. Foi uma apresentação dessas danças que foi possível apreciar neste evento.
FERNANDO MORAIS GOMES
Advogado e jurista, fundador e presidente da Alagamares-Associação Cultural, da Rede Cultural de Sintra, autor dos livros “A Freguesia de S. Martinho”(2013) e “Histórias com Sintra Dentro”(2015), bem como do blogue Sintralidades-O Reino de Klingsor e administrador do blogue coletivo Sintra Deambulada, falou da História de S. Pedro de Penaferrim, factos e figuras relevantes da freguesia.
OFÉLIA CABAÇO
Ofélia Cabaço é natural de S. Miguel Açores, vive em Sintra e estuda Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa.Aos doze anos de idade recebeu o primeiro prémio de poesia lírica, nos Jogos Florais de Luís de Camões, então, aluna da Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, participou em revistas e jornais da sua escola. Escreveu O Aroma da Criptoméria em 2012, Folhas ao Vento em 2013, o Gatinho Jacinto em 2015 e Groselhas em Flor, em 2019, entre outros. Tem participado em várias Antologias de Poesia, e declamou poemas de sua autoria.
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PARTICIPAÇÃO MUSICAL DA SOCIEDADE FILARMÓNICA OS ALIADOS
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Fundada em 12 de Junho de 1922, sedeada no Largo dos Aliados em S. Pedro de Penaferrim, Sintra, local que pertenceu à Freguesia de Santa Maria e S. Miguel até 1985, o nascimento desta sociedade deveu-se a uma cisão entre os filarmónicos da Sociedade União 1.° de Dezembro. Dessa cisão, constituíram-se dois grupos. Um, procurava a continuidade da banda, (a qual, segundo jornais da época, durou até 1928), enquanto o outro, determinado a abandoná-la, criou uma nova banda no bairro de S. Pedro. Embora ainda sem sede, ensaiavam onde podiam, com predominância nas residências de Alfredo de Oliveira e Silva e de Olímpio Chalanca, embora também e durante algum tempo, numa dependência da “taberna” de Joaquim Gomes dos Santos, também conhecido por “Joaquim Galego”, na Cova da Onça (Calçada de S. Pedro), local situado muito próximo da atual sede. Durante os primeiros anos de vida, sem sede própria, a banda ensaiava onde podia, ou onde lhe facultavam um espaço, que é como quem diz, hoje aqui, amanhã acolá e nestas andanças, com a casa às costas, passou a ser conhecida por “banda dos caracóis”.
Apesar das várias adversidades, com teimosia e tenacidade, determinados a construírem a sua sede, organizavam vários festejos populares e concertos, estes, no antigo Cinema Garrett (atualmente sede da Sociedade União Sintrense), na Rua Maria Eugenia Navarro, também esta Sociedade localizada a escassos 1500 metros do Largo dos Aliados, com maior incidência no período de Inverno.
Durante o Verão organizavam as suas festas, com o mesmo objetivo e determinação, na “Quinta D. Dinis” localizada próximo do Largo da Feira de S. Pedro, propriedade do Senhor Soares Ribeiro.
Em 29 de Junho de 1924, foi apresentada oficialmente, a toda a população de S. Pedro, a sua bandeira, tendo sido para o efeito, realizado um concerto musical, no coreto existente, na altura, no Largo da Feira de S. Pedro, junto à atual peixaria do “Pescadinha”.
Em 7 de Junho de mil novecentos e vinte e três (1923), a Direção da Sociedade propõe em Assembleia-Geral, a aquisição do terreno onde hoje se encontra instalada a sua sede. O terreno foi adquirido pela quantia de dois mil e quinhentos escudos, ao seu proprietário, senhor Manuel Constantino Jorge, conforme consta na acta lavrada em Assembleia Geral de 4 de Fevereiro de mil novecentos e vinte e quatro (1924), devidamente assinada por todos os sócios presentes. É de realçar que no período de 12 de Junho de 1924 estavam registados no livro de inscrição de sócios, um total de quatrocentos e setenta e dois. Foi deste grupo de associados que se constituíram várias comissões (quermesse, bufete, auxiliar da Direção), destinadas a trabalhar na organização dos festejos populares, com o objetivo de angariar donativos e outros fundos para a construção da sua sede e a manutenção da banda de música.
Finalmente, no dia 25 de Dezembro de mil novecentos e vinte e cinco (1925), após abnegados esforços de todos os envolvidos, a Sociedade Filarmónica “Os Aliados”, abriu as portas aos seus associados e à população em geral.
Foi e será sempre o objetivo dos corpos gerentes da “Sociedade”, ter orgulho na sua sede e na sua banda de música. As Direções, ao longo da história da coletividade, tem dado prestimoso apoio à banda de música, à escola de música e à manutenção da sua sede, sempre com o propósito de bem servir os seus associados, para melhor levar a efeito a realização dos seus eventos culturais e lúdicos, tais como concertos musicais, bailes, teatro, noites de Fado ou ensino de música
A Banda de Música é sem dúvida “a galinha dos ovos de ouro” da Sociedade, assim como a Escola de Música. O famoso baile da Rainha, ao qual, pela primeira vez, se faz referência no jornal “Semana de Sintra” datado de 21 de Fevereiro de 1926, tem resistido, realizando-se sem interrupção até à atualidade, bem como o tradicional desfile carnavalesco, também com início no mesmo ano. Estas são, sem dúvida, as atividades que mais se destacam na vasta lista de organização de eventos, anualmente levada a efeito. Não ficaria completo um evento nos Aliados sem a participação musical dessa centenária instituição.
PEQ22
Foi ainda apresentado um projeto cultural a ter lugar em breve em Queluz, o PEQ22, por um dos seus promotores, Cláudio Pires
Organização da Alagamares-Associação Cultural e da Sociedade Filarmónica Os Aliados.