Como já se tornou tradição, a Alagamares promoveu em cooperação com a Parques de Sintra-Monte da Lua, nos dias 25 e 26 de maio de 2023 no Palácio de Queluz, o VII Encontro de História de Sintra.
Depois de ter promovido 4 dos 6 encontros anteriores, autores e ensaístas, e membros da comunidade académica expuseram os seus trabalhos e investigações, num conjunto de comunicações que duraram dois dias.
Depoimento de Fernando Morais Gomes:
Depoimento João Rodil:
DIA 25
João Rodil
“Sintra e as Ordens Religiosas”
Escritor, poeta e ensaísta, nasceu nas Azenhas do Mar, a 22 de fevereiro de 1961. Tem mais de vinte obras publicadas, muitas das quais sobre a História, a Literatura e a Etnografia sintrense, objeto preferencial de uma vida de estudo e investigação.
Conselheiro do Património Mundial de Sintra e Vice-presidente da Comissão para o Arvoredo Histórico Municipal, é autor e apresentador de vários documentários para televisão, colaborador em jornais e revistas nacionais e internacionais, conferencista e coordenador de múltiplos congressos, colóquios e encontros culturais.
Na sua intervenção, João Rodil abordou a instalação e permanência das ordens religiosas no território sintrense, com destaque para a Ordem de Cristo, os franciscanos e os jerónimos.
Daniel André
“A Serra de Sintra de nascente a poente”
Guia de montanha da Andamento – Turismo de Aventura, sintrense de nascença e grande conhecedor do território. Investigador na área de história de Sintra, coleciona há mais de 25 anos, cartografia, topografia, livros e postais antigos raros de Sintra, Daniel André mostrou-nos de forma ilustrada e coordenada a realidade da paisagem e geografia sintrense, com a exibição de fotos pouco conhecidas de grutas e túneis de difícil acesso.
Filomena Barata
“O longo caminho de Apolo citaredo. Exemplos do Palácio de Queluz e da Quinta da Regaleira”
Maria Filomena Barata, tem Mestrado em Arqueologia e é Doutoranda em Museologia.
Técnica Superior do Museu Nacional do Traje. Diretora Regional do ex-Instituto Português do Património Arquitetónico de Évora entre 2000 e 2008.Lecionou na Universidade de Évora, como assistente convidada, nos anos de 2005 e 2006.
Foi responsável pelas Ruínas de Miróbriga entre 1990 e 2008.
A sua área preferencial de investigação centra-se em torno das temáticas do Património Cultural, tendo-se dedicado com particular atenção ao estudo da Religião na Época Romana, tema sobre o qual tem publicado inúmera bibliografia.
A sua comunicação girou em torno das representações de Apolo na estatuária e imaginário sintrenses.
Nuno Miguel Gaspar
“Os Capuchos da Serra de Sintra: o que eu digo sobre o que foi dito”
Nuno Miguel Gaspar nasceu em Lisboa em 1968. Em 1993, ingressa no curso profissional de pintura decorativa da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva. Em 1997, candidata-se à frequência da licenciatura de História da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Na sequência da licenciatura, obtém o grau de mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro. Exerce, desde 2001, várias funções profissionais na Parques de Sintra – Monte da Lua, S.A. Na sua intervenção, deu a conhecer aspetos menos abordados da espiritualidade e rotinas dos monges que habitaram aquele que Filipe II considerou o mais belo e pequeno tesouro dos seus reinos.
Carlos Filipe Reis
O último capitão-mor Máximo José dos Reis (1769-1849).
A vida dramática de um sintrense dedicado
Carlos Reis é licenciado em Arquitetura em 1986 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, e mestre em Cultura e Formação Autárquica, em 2005, pelo Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido orientador o Professor Doutor José Tengarrinha. Vereador NA Câmara Municipal de Cascais em 1992, e de 2002 a 2005; Administrador do Aeródromo de Cascais, em Tires, de 2006 a 2010. Membro do Colégio do Património Arquitetónico da Ordem dos Arquitetos. Descendente do primeiro presidente da Câmara Municipal de Sintra, a sua comunicação girou em torno da vida desse seu antepassado, bem como da História de Sintra no período das lutas liberais, com realce para o célebre atentado de Condeixa. A sua comunicação está já disponível no site da Alagamares.
Jorge Batista
A representação visual de Sintra e o itinerário romântico. O papel da gravura.
Doutor em Belas-Artes, especialidade Teoria da Imagem, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e mestre em Arte, Património e Teoria da Imagem pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde também se licenciou em História, variante – História da Arte. É autor de artigos e publicações no âmbito da História da Arte e comissariou mais de uma dezena de exposições. É Técnico Superior de História da Arte da Câmara Municipal de Sintra, desempenhando atualmente funções de Chefe da Divisão de Bibliotecas e Museus. É investigador do CIEBA – Centro de Investigação e Estudos em Belas Artes – Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Produto da imaginação e estética dos pintores e viajantes que visitaram Sintra nos séculos XVIII e XIX, sobretudo no decurso do que na época ficou conhecido como Grand Tour, várias foram as manifestações ao nível da gravura por si deixados, evocados e ilustrados por Jorge Batista.
DIA 26
José Aguiar
O património de Sintra e os imperativos do novo milénio
O arquiteto José Aguiar é doutorado em Conservação (UE 1999). Foi Investigador do LNEC (1986 – 2005); hoje é Professor Associado com Agregação da FAUL, responsável científico das Unidades Curriculares de Conservação, Restauro e Reabilitação, dirigindo o grupo de Investigação ARCHC3D. Participou e coordenou projectos de Investigação em conservação, com algumas centenas de publicações. Foi Presidente do ICOMOS-Portugal (2008-2011), e integrou Comissões Científicas e de Especialistas da UNESCO e do ICOMOS; foi fundador da Sociedade Portuguesa de História da Construção. Desde há cerca de uma década destaca-se no ensino de Projeto a finalistas da FAUL, e na Praxis em Conservação. Uma comunicação plena de recados e lições sobre o que fazer e não fazer na delicada tarefa de restaurar e preservar Património.
Depoimento José Aguiar
Comunicação em:
Miguel Real
“Os paradoxos do corvo-homenagem a João Rodil”
Miguel Real é o pseudónimo literário de Luís Martins, escritor, ensaísta e professor de filosofia.
Recebeu o Prémio Revelação de Ficção da APE/IPLB, em 1979, com O Outro e o Mesmo.
Em 2006, conquistou o Prémio Literário Fernando Namora com o romance A Voz da Terra.
Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta, com uma tese sobre Eduardo Lourenço.
É, atualmente, colaborador do JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias onde faz crítica literária.
Colaborou no programa de rádio Um Certo Olhar, da Antena 2, apresentado por Luís Caetano, com nomes como Maria João Seixas, Luísa Schmidt e Carla Hilário Quevedo.
Depois de em anteriores Encontros ter homenageado Maria Almira Medina e Jorge Telles de Menezes, Miguel Real quis deixar a sua visão sobre a obra literária e história de João Rodil, figura incontornável na Sintra contemporânea, igualmente vice-presidente da Alagamares.
Rui Oliveira
“Acerca do lugar do Pendão – Queluz”.
Investigador da História Local e Etnografia Saloia Sintrense, promotor das “Caminhadas com História” da RJ ANIMA, Associação Cultural e Ambiental da Agualva – Mira Sintra. desta feita, o tema foi o Pendão, na zona de Queluz, suas origens e manifestações no espaço público e popular.
Marco Oliveira Borges
Um naufrágio na costa de Sintra: o caso da nau Santa Catarina de Ribamar(1636)
Marco Oliveira Borges é doutorado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo defendido uma tese sobre o trajecto final da carreira da Índia na torna-viagem. Actualmente, é professor do Ensino Secundário, investigador integrado do Centro de História da Universidade de Lisboa, membro efectivo da Academia de Marinha, membro da Rede Internacional de Estudo sobre as Pequenas Cidades no Tempo (In_Scit) e da Rede Cultural de Sintra. Os resultados das suas investigações têm sido apresentados em encontros científicos de âmbito nacional e internacional, bem como em diversos artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras da especialidade. O tema deste ano foi o célebre e malogrado naufrágio da Santa Catarina de Ribamar nas costas de Sintra.
Galopim de Carvalho
“Geodiversidade e Geoconservação”
Galopim de Carvalho nasceu em 1931, em Évora.
Licenciou-se em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959), doutorou-se em Geologia (1969) na mesma universidade e viria a ensinar na sua alma mater no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências até 2001.
Responsável pelo carinho do público pelos dinossauros, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da pedreira de Carenque, no concelho de Sintra, um dos trilhos mais longos do Cretáceo e conseguiu salvar as pegadas. É um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais marcantes da riquíssima evolução da história natural.
Dirigiu inúmeros projetos de investigação, de que são exemplo a “Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal” e “Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português”. Dirige e integra diversos organismos nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO. Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra. Participou e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme impacto causado, sobressai a famosa “Dinossáurios regressam a Lisboa”, que contou com 347 000 visitantes em apenas 11 semanas.
Publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação.
É responsável por livros didáticos e de divulgação, como Morfogénese e Sedimentogénese (1996), Petrogénese e Orogénese (1997) e Introdução à cristalografia e Mineralogia (1997). Publicou também alguns livros na área da literatura de ficção: O Cheiro da Madeira (1994), O Preço da Borrega (1995) e Os Homens Não Tapam as Orelhas (1997).
Foi diretor do Museu Nacional de História Natural durante vários anos e é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Nesta sua intervenção, o prof. Galopim de Carvalho retomou o tema do trilho de icnofósseis de Carenque e o impasse em que a tarefa de divulgar e preservar as pegadas para fruição pública sofre desde há mais de 25 anos.
No encerramento, a poetisa e escritora Ofélia Cabaço recitou alguns dos seus poemas, seguindo-se um momento musical com o Coral Allegro
O Coral Allegro iniciou as suas atividades em 1986, mas só em 2005 se deu a sua oficialização como Coral Allegro – Associação Coral de Sintra.
Para além de uma colaboração regular em concertos de Natal ou outros com a Câmara Municipal de Sintra, participou nas gravações do CD duplo “Os Melhores Coros Amadores da Região de Lisboa (1997)” e com o projeto Música POPular Portuguesa (2010). Colaborou com a Orquestra Metropolitana (Libera me de Domingos Bomtempo), Orquestra Sinfonieta de Lisboa (Misa Criolla de Ariel Ramirez), na ópera cómica “L’Ivrogne Corrigé” de Gluck, com o grupo de teatro Valdevinos – “Teatro de Marionetas”, e com os grupos “Danças com História” e Alagamares de Sintra. Comemoraram os “400 Anos de Amor Dito e Cantado” (Gulbenkian e U. Lusófona), e os 500 anos de Lutero. No MN Arqueologia apresentou o programa “Espirituais Brancos-Espirituais Negros” no âmbito duma exposição sobre escravatura em Portugal.
Desde 2001 que colaboram como o Coro Ares Novos e o Coro da Universidade Católica, tendo realizado diversos concertos com acompanhamento instrumental, nomeadamente a Missa Katharina de Jacob Haan, o Requiem e o cântico de Jean Racine de G. Faure e os “Musicais da Broadway”. Este ano farão uma gala de ópera com obras de Mozart, Verdi, Puccini, Rossini, Bizet, entre outros. No projeto “Concertos Inclusivos” deram voz ao grupo Mãos que Cantam (constituído por pessoas surdas), tendo sido uma experiência prática notável no campo da inclusão.
Colaboraram no programa “Ópera na Rua” organizado pela CMS com a ópera barroca “Dido e Eneias” de H. Purcell, no programa Festival de Música de Sintra com a ópera “Summer Sunday”, do contemporâneo Joseph Horovitz, tendo sido acompanhados pelo pianista Mário Laginha, Bernardo Moreira e o Coro Infantil Sintra Voci, do Conservatório de Música de Sintra.
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