Os Them Flying Monkeys são uma banda de jovens sintrenses que fundem, metade a metade, a sedutora distorção do neo-psicadelismo britânico com a calorosa matiz do rock alternativo, que avivam a partir de Sintra.
De Agosto de 2014 em diante afirmaram-se, aliando à vontade de explorar novas atmosferas musicais, uma eminente necessidade de solidificação sonora. O projecto foi reformulado em Dezembro do mesmo ano, e o embrião tornou-se primata. Entre Abril e Julho de 2015 a banda registou o seu primeiro trabalho discográfico, tendo trocado impressões com a Alagamares sobre os seus planos e ideias:
Quando decidiram juntar-se para tocar e qual a vossa motivação inicial?
O projecto teve início em Dezembro de 2011, altura em que Diogo e João começam a tocar juntos. Três anos (e muitos concertos) depois, em Agosto de 2014, a formação unificou-se com a chegada de Hugo e Luís. A motivação para consolidar os Them Flying Monkeys passou sobretudo pela vontade de explorar renovadas atmosferas musicais e pela necessidade de revigorar uma sonoridade com a qual nos identificamos plenamente.
Têm todos uma ligação forte com Sintra. Querem falar-nos um pouco dela?
Todos os membros da formação são sintrenses e, antes de tocarem juntos, já haviam participado noutros projectos musicais ou culturais a decorrer na região. A ligação com Sintra, neste domínio, prende-se portanto com alguma acção cultural que individualmente ou em banda temos vindo e procuramos continuar a desenvolver. Por exemplo, o Luís já realizou algumas curtas-metragens inteiramente filmadas e relacionadas com a região, o Hugo integrou uma Sociedade Filarmónica durante muitos anos, entre outros. O videoclip do nosso primeiro single, Space Monkey, foi igualmente filmado em Sintra, com auxílio de alguns agentes culturais locais. A relação é, efectivamente, muito forte.
Quais são os principais problemas que afectam a juventude no nosso concelho?
Nos termos culturais, que são aqueles que directamente nos dizem respeito e sobre os quais melhor conseguimos falar, sentimos sobretudo a falta generalizada de apoio primário a projetos culturais, com peso considerável para os projectos musicais. Por falta de apoio ou meios para promoção ou divulgação dos trabalhos, os projectos incapazes de estabelecer uma rede conexa de membros e afiliados ou uma base sólida de contactos são tão asfixiados que se torna complicado serem seriamente substanciados – é difícil fazer com que as pessoas encarem seriamente projectos recentes –. Em Sintra custa agir culturalmente de forma autónoma. Sentimos, contudo, que existe uma noção difundida desta dificuldade, o que facilita (em certa medida) o apoio possível, felizmente conferido por entidades como a Alagamares.
Acham que há um panorama musical sintrense? Gostariam de destacar alguns nomes ou grupos?
É certo que existe algum regionalismo que deve e certamente será ultrapassado com o decorrer dos anos. A tradição musical, as orquestras ligeiras, as bandas filarmónicas, os grupos culturais e ranchos folclóricos locais são de importantíssimo e inestimável valor. Contudo, um panorama musical é tanto mais rico quanto mais abrangente e plural no seu espectro cultural. A cultura musical deve identificar-se com a necessidade de prestar alguma atenção aos projectos recentes, inovadores e de qualidade. Os Them Flying Monkeys procuram, sobretudo, colmatar um espaço que consideramos precisar de reparo. Se hoje em dia muitos artistas portugueses afirmam que a música nacional atravessa uma das melhores fases dos últimos anos, esta afirmação também tem razão de ser em Sintra. Grupos como Keep Razors Sharp ou The Black Mamba (que gravam, como nós, no Black Sheep Studios, em Sintra) têm marcado não só o panorama musical sintrense como o panorama nacional e internacional. Num país com pouquíssima atenção à cultura, não podemos pedir mais.
Quais foram até agora os momentos mais marcantes da vossa carreira?
Durante três anos de maturação musical, pisámos juntos palcos como o XIII Legion Lisboa (nos Nirvana Studios) e o Sabotage Rock Club (Lisboa), onde actuámos como banda de abertura de Dilana. Alcançámos ainda as meias finais do concurso internacional de bandas «Hard Rock Rising» (de entre mais de 80 bandas atingimos o 6º lugar mais votado), actuando com casa cheia no Hard Rock Café Lisboa, num concerto criticamente mencionado nas plataformas Hard Música e Arte Sonora. Naturalmente, a consolidação dos Them Flying Monkeys e a gravação, entre Abril e Julho deste ano, do nosso primeiro EP foram também momentos decisivos.
Multiculturalismo e Lusofonia. O que significam estas palavras para vocês?
Multiculturalismo e Lusofonia são sinónimos de abertura matura, consciente e atenta à riqueza musical difundida um pouco pelos quatro cantos do globo. Reparar no que se faz com interesse musical aí fora implica estar conscientes do nosso próprio posicionamento. A Lusofonia traduz-se também no estabelecimento de uma rede de bandas e projectos que se apoiam mutuamente (por necessidade disso) e na intenção de expandir ao máximo a música portuguesa além-fronteiras.
Que sugestões deixariam aos decisores políticos sobre a forma como divulgar e promover as ideias e projectos dos jovens?
Nenhuma divulgação ou promoção de ideias e projectos se realiza sem investimento. Para que os artistas e agentes culturais jovens não tenham de meramente “remediar” os seus projectos, numa difusão muitas vezes suportada por favores e pedidos sem qualquer tipo de retorno, é tarefa central dos decisores políticos prevenir este panorama, promovendo uma participação activa do fulgor criativo e expressivo da juventude no desenvolvimento de ideias e projectos verdadeiramente inovadores.
A música deve ser interventiva? E estará a sê-lo?
Ter força para fazer música de forma séria é, em si, hoje em dia, uma forte forma de intervenção.
Quais são os vossos planos para o futuro próximo?
Como referimos, estamos agora a concluir o registo do nosso primeiro trabalho discográfico, no qual começámos a trabalhar em Abril deste ano. O EP de estreia, autointitulado «Them Flying Monkeys», está a ser gravado no Black Sheep Studios, em Sintra, e a ser produzido por Bruno Pedro Simões (dos Sean Riley & The Slowriders). O videoclip do single, Space Monkey, está disponível online a partir do dia 12 de Julho deste ano. Neste momento, os Them Flying Monekys procuram editora e agenciamento, de modo a lançarem o primeiro trabalho discográfico, apontado para Setembro de 2015.
Diogo Sá | guitarra
Hugo Luzio | bateria
João Tomázio | baixo
Luís Judícibus | voz e guitarra
Them Flying Monkeys
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geral@tfmonkeys.com