A Casa de Teatro de Sintra volta a abrir portas para novas experienciais teatrais, desta feita com o grupo Quatro Quartos, associação de jovens com uma curta existência de quatro anos mas que se quer afirmar como projecto cultural e artístico. “Baixa Chiado” inspirado numa obra de Woody Allen, ou “Pinhal 29” são obras já levadas à cena, sendo “A Viagem” um texto que reflete e leva a refletir sobre as minudências da existência num universo onde as pessoas são personagens e a intermitência da vida um sobressalto existencial, feito de angustias e duplicidades.
Com texto de Rui Beato e encenação de Tiago Pereira, depois do circuito mais restrito da Escola Secundária de Mem Martins e com experiências no grupo Lordes do Caos, Bruno Santiago, João Tomás, Raquel Lopes, Tiago Pereira, Margarida Pronto, Rui Beato e Beatriz Beja levam-nos por uma viagem de quase duas horas através dum texto intrigante.
Para João Tomás, um dos intérpretes com quem falámos, o desafio maior dos atores consiste na desfiguração e na criação de outras personalidades. Segundo ele, o teatro está de volta e sente uma apetência renovada dos jovens pelas artes em geral. Sobre o panorama do teatro que se faz em Sintra, vê-o como bom, globalmente dentro dum quadro clássico, realçando que a proposta dos Quatro Quartos é sobretudo pessoal e intimista.
Num futuro breve o grupo vai readaptar alguns dos trabalhos já encenados anteriormente, tendo a expetativa de que alguns espaços abandonados ou subutilizados possam ser redirecionados para espaços de cultura, dando como exemplo o mercado de Fanares, em Mem Martins. A música é outra área onde o grupo pretende apostar igualmente.
À pergunta sobre como definir o teatro numa só palavra, João Tomás, foi singelo e certeiro: Liberdade. É pois como celebração da Liberdade que deixamos o convite para irem à Casa de Teatro de Sintra com espirito crítico e atento ouvir e palpitar com o talento deste grupo promissor. Dias 26 e 27 de maio e 2, 3, 9 e 10 de junho, às 21h30.
Fernando Morais Gomes
