Os homenageados da Alagamares na festa dos seus 10 anos

NOTA PRÉVIA

Em 9 de Março de 2005, um punhado de sintrenses fundava a Alagamares, e nunca mais até hoje parou, ocupando um espaço em aberto no nosso panorama local.Ver a cronologia em Eventos Passados, no site www.alagamares.com

Nestes 10 anos, além da Alagamares, Sintra viu surgir grupos importantes como o Danças com História, o Sintra Estúdio de Ópera, a Três Pontos, a Voando em Cynthia, a Dínamo e o Ardecoro, a Caminho Sentido e a revista digital Selene, blogues de intervenção cívica como o Rio das Maçãs, Sintra do Avesso, Retalhos de Sintra, Sintra Deambulada, O Reino de Klingsor, Tudo sobre Sintra ou Serra de Sintra, os Encontros de Alternativas, o trabalho intenso de grupos como o Chão de Oliva, o teatromosca, o Teatrosfera, o Utopia Teatro, o byfurcação ou a Musgo. Restaurou-se o Chalé da Condessa e a Parques de Sintra veio mudar o paradigma da gestão do Património, abriu o Centro de Ciência Viva, afirmaram-se escritores locais como Miguel Real, Sérgio Luís Carvalho, Raquel Ochoa, Luís Filipe Sarmento, Filomena Marona Beja, Liberto Cruz, Jorge Telles Menezes ou Luís Corredoura, fizeram-se tertúlias e encontros, como os Meninos d’Avó, o Traço Comum, os III e IV Encontro de História de Sintra, nasceu a Saloia TV. E abriu o Museu de História Natural, rotinaram-se festivais como o Córtex e o Periferias, a CMS lançou o Tritão, uma revista digital, e abriu o MU.SA, ainda à procura dum caminho. É todo um panorama que difere dum passado mais rarefeito e esporádico.
Há muito a fazer, ainda, e nem tudo foram sucessos, a par da redução de verbas e das dificuldades de sobrevivência de muitos agentes culturais e grupos, com a denominada “crise”. Desapareceu o Centro de Arte Moderna e o Museu do Brinquedo, falta dar destino à Quinta da Ribafria, resolver de forma definitiva os problemas do estacionamento, o Hotel Netto, a violência dos abates e podas agressivas, o preço das entradas nos monumentos, dar atenção à formação de públicos, criar um cluster de indústrias da Cultura.
Muitos partiram nesta década:Maria João Fontaínhas, Xaimix, Pinto Vasques, Simplício dos Santos, António Raio, Maria Gabriela Llansol, António Caruna, Eduardo Lacerda Tavares, M. S. Lourenço, Ana Daniel, Carlos Viseu, João Benard da Costa, Ernesto Neves, Cláudio Brito, Bartolomeu Cid dos Santos, José Manuel Conceição, Helena Langrouva. A sua memória e testemunho nos guiarão na luta por uma Sintra de Cidadãos, activos e preocupados.

Por ocasião dos 10 anos da Alagamares, entendemos destacar simbolicamente algumas instituições e personalidades que, sem desprimor por todos os que dando cor e sentido à nossa Polis, na nossa opinião se destacaram no panorama cultural sintrense (e não só) igualmente tendo em conta a proximidade que têm com a Alagamares, patenteada pelo trabalho desempenhado ao longo destes anos.

Assim, dia 7 de Março, teremos o prazer de, recebendo a todos e com todos confraternizando, homenagear particularmente, após votação entre nós:

HOMENAGEM CIDADANIA
ESCOLA PROFISSIONAL DE RECUPERAÇÃO DO PATRIMÓNIO DE SINTRA

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Já vão 25 anos desde que em 1989 a Câmara Municipal de Sintra criou a Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, destinada a formar técnicos capazes e sensibilizados para a resolução dos problemas que envolvem os trabalhos de reabilitação e conservação do Património, centrando a sua actividade na formação de técnicos intermédios nas áreas de Conservação e Restauro do Património, no Design de Interiores e Exteriores e na Fotografia.
A par da formação técnica de nível 4 que ministra, equivalendo ao 12º ano, a Escola assume outro papel na região, sensibilizar a comunidade, em particular nos munícipes de Sintra, para a importância da salvaguarda e valorização do património histórico e cultural, sendo a única escola do País que ministra, no curso de Assistente de Conservação e Restauro, seis áreas: Pintura Mural, Cantarias, Madeiras, Metais, Azulejaria e Estuques.
Muitos seguem para o ensino universitário, tornando-se mestres ou professores nestas áreas, outros devido às ferramentas de que dispõem ingressam logo no mercado do trabalho, formando até as suas próprias empresas.
Com a reabilitação a assumir um papel importante no panorama nacional, acresce responsabilidade na formação destes jovens para o mercado do trabalho. Este é, sem dúvida, o maior desafio que a Escola do Património irá e deverá enfrentar no futuro.
Ao longo de todos estes anos, mais de 70% dos técnicos aí formados está inserido no mercado de trabalho e tem uma acção relevante um pouco por todo o País, e cerca de 17% optou por continuar a sua formação a nível universitário.
O apetrechamento do quadro de formadores, com professores detentores de elevada experiência pedagógica, é uma preocupação constante, sendo o corpo docente composto por professores devidamente habilitados nas respectivas áreas disciplinares.
A Escola está instalada num edifício mandado construir em Odrinhas, pela Câmara Municipal de Sintra, e reúne os requisitos necessários para o funcionamento dos cursos actualmente ministrados.

HOMENAGEM LITERATURA
MIGUEL REAL

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Figura incontornável no percurso da Alagamares, Miguel Real é o pseudónimo literário de Luís Martins, escritor, ensaísta e crítico literário.
Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta, com uma tese sobre Eduardo Lourenço, colaborador do JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias onde faz crítica literária, colaborou igualmente no programa de rádio Um Certo Olhar, da Antena 2, apresentado por Luís Caetano, com nomes como Maria João Seixas, Luísa Schmidt e Carla Hilário Quevedo.
Algumas das suas obras:
Narração, Maravilhoso, Trágico e Sagrado em «Memorial do Convento» de José Saramago (1996)
Portugal Ser e Representação (1998)
A Verdadeira Apologia de Sócrates (1998)
A Visão de Túndalo Por Eça de Queirós (2000)
Geração de 90 (2001)
Os Patriotas (2002)
Eduardo Lourenço – Os Anos da Formação 1945-1958 (2003)
O Essencial Sobre Eduardo Lourenço (2003)
A Voz da Terra (2006)
O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa (2006)
1755 – O Grande Terramoto (2006)
Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa (2007)
O Último Minuto na Vida de S. (2007)
O Último Negreiro (2007)
O Último Eça (2007)
As memórias secretas da rainha D. Amélia (2010)
A guerra dos Mascates (2011)
Nova Teoria do Mal (2012)
O Feitiço da Índia (2012)
O Último Europeu 2284 (2015)
Presidente da Assembleia Geral do MIL: Movimento Internacional Lusófono
Prémio Revelação de Ficção da APE/IPLB em 1979 (O Outro e o Mesmo)
Prémio Revelação de Ensaio Literário da APE/IPLB em 1995 (Portugal – Ser e Representação)
Prémio LER/Círculo de Leitores 2000 (A Visão de Túndalo por Eça de Queirós)
Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril Sol em 2006 (A Voz da Terra)

HOMENAGEM ARTES PERFORMATIVAS
TEATRO TAPAFUROS

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Tudo começou na Escola Leal da Câmara e nas encenações que um grupo de alunos fez para as aulas de Filosofia de Carlos Amaral. O grupo Tapafuros, com existência formal como associação a partir de 1994, vinha já do período das apresentações de Filosofia, em 1990, tendo como primeira peça na fase de profissionalização “O Pequeno Príncipe”, em 2000.Companhia incontornável nos últimos anos em Sintra, Mem Martins e Rio de Mouro, sobretudo, destaque para as peças Diálogo e Aleluia Erótica (1994) Aventura suburbana (1996) Veado Florido (1997) Um corvo de ténis..na rua (1999) Estória da gaivota e do gato que a ensinou a voar (1999, inaugurando o novo espaço em Mem Martins, o 2M) Falatório de Ruzante de volta da Guerra (2000, que viria a ganhar o prémio de melhor espectáculo na classe drama do XI Festival de Teatro Amador) A estória do contador eléctrico (2000) O Pequeno Príncipe (2000) A Metamorfose (2001, vencedor em drama do XII Festival de teatro de Sintra) Estórias de Anjos (2001) Bichos que falam (2001) A Fala do Louco (2002, vencedor do XIII Festival de Teatro de Sintra) Dog Art (2002) Sonho de uma Noite de Verão (2002) Ruzante v.2.03 (2003) Selenographya in Cynthia (2003) Pinóquio, ciberestórias para um velho boneco (2003) Kontunkonto (2004) As Pantónicas III-O Alpinista em ascensão (2004) Cozido à Portuguesa (2004) Liberdade! Liberdade! (2004) O Alquimista (2005) Estórias do Arco da Velha (2005) Hamlet (2006) Folia! (2007) Estórias aluadas (2007) As aventuras de Puck, o Duende (2008) A Tempestade (2009) Solércia (2011) Discretas Janelas (2012) Estória do Corvo de Ténis (2013) Verbo Pessoa (2013)Cor!Ação! (2014) e Sonho de Uma Noite de Verão (2014).
Do núcleo mais duradouro dos Tapafuros destacam-se Rui Mário, Pedro Hilário, Samuel Saraiva e Marco Martin, tendo por lá passado muitos actores, para quem o grupo constituiu uma verdadeira escola.

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