Passeio da Alagamares no dia 17 de outubro

No lento reatar de atividades cívicas e culturais, decorreu um dia de atividades em Lisboa, mais propriamente com visitas ao Museu da Farmácia, Museu de História Natural e Jardim Botânico. No Museu da Farmácia foi o passeio orientado pelo seu diretor, Dr. João Neto. De tarde, decorreu a visita ao Museu de História Natural e Jardim Botânico. Almoço na Churrasqueira Rodas, ao rato.

A existência de um Museu da Farmácia em Portugal, à semelhança de outros países sempre foi uma ambição de todos os farmacêuticos portugueses. Porém esta iniciativa, por razões de diversa ordem foi constantemente adiada, até que em 1981, todas as farmácias portuguesas recebem um apelo por parte da Direção da Associação Nacional das Farmácias, no sentido de doarem peças para se constituir uma coleção para o futuro Museu da Farmácia. O entusiasmo manifestado pelos associados da ANF a esta iniciativa ultrapassou todas as expectativas, reunindo-se um acervo representativo da história da farmácia portuguesa, conseguindo-se assim salvaguardar um património que estava em risco de desaparecer. Entre 1997 e 2010 o Museu cumprindo uma estratégia de constituir uma coleção representativa da história da farmácia mundial, foi reunindo em leilões nacionais e internacionais e junto de colecionadores privados, uma coleção de exceção, que é hoje uma referência a nível internacional.

O MUHNAC – Museu Nacional de História Natural e da Ciência é a designação pública da unidade Museus da Universidade de Lisboa, criada em outubro de 2011. Este Museu sucede ao Museu Nacional de História Natural e ao Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, integrando as suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa e o Observatório Astronómico de Lisboa (desde julho de 2012).

O Museu Nacional de História Natural teve a sua origem no Real Museu de História Natural e Jardim Botânico, criado na segunda metade do século XVIII, na Ajuda (Lisboa). Foi depois alojado, por um curto espaço de tempo, na Real Academia das Ciências e finalmente transferido para a Escola Politécnica (1858), tomando primeiro a designação de Museu Nacional de Lisboa (1861).

O Jardim Botânico de Lisboa foi inaugurado em 1878.

Em 1911, com a criação da Universidade de Lisboa, o Museu foi declarado estabelecimento anexo à Faculdade de Ciências, tomando a denominação de Museu Nacional de História Natural (1926).

Em março de 1978, um violento incêndio destruiu grande parte do edifício da antiga Escola Politécnica, assim como as coleções de Zoologia e parte das coleções de Geologia. A Faculdade de Ciências começou então o processo de mudança de instalações.

Em maio de 1985 foi criado o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, que passou a partilhar o espaço do Edifício da Politécnica com o Museu Nacional de História Natural.

Em 2003, novos estatutos dos museus autonomizaram-nos da Faculdade de Ciências, passando a ser tutelados diretamente pela Reitoria da Universidade de Lisboa.

Em outubro de 2011, o Conselho Geral da Universidade de Lisboa criou a Unidade Museus da Universidade de Lisboa, com a designação pública de Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Este Museu sucedeu ao Museu Nacional de História Natural e ao Museu de Ciência, integrando as suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa e o Observatório Astronómico da Ajuda.

Jardim Botânico

O Jardim Botânico de Lisboa é um jardim científico que foi projetado em meados do século XIX para complemento moderno e útil do ensino e investigação da botânica na Escola Politécnica.

O local escolhido, no Monte Olivete, tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado com o colégio jesuíta da Cotovia, aqui sedeado entre 1609 e 1759.

Para a sua instalação foi elaborado um projeto de regulamento em 1843. No entanto, é só a partir de 1873, por iniciativa do Conde de Ficalho e de Andrade Corvo, professores na Escola Politécnica, que se inicia a plantação.

A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal. Edmund Goeze, o primeiro jardineiro-chefe, delineou a ”Classe” e Jules Daveau foi o responsável pelo ”Arboreto”.

A elevada qualidade do projeto, bem ajustado ao sítio e ao ameno clima de Lisboa, cedo foi comprovada. Mal acabadas de plantar, segundo o caprichoso desenho das veredas, canteiros e socalcos, interligados por lagos e cascatas, as jovens plantas rapidamente prosperavam, ocupando todo o espaço e deixando logo adivinhar como, com o tempo, a cidade viria a ganhar o seu mais aprazível espaço verde e o de maior interesse cénico e botânico. Em pleno coração de Lisboa e em forte contraste com o seu bulício, as cores e as sombras, os cheiros e os sons do Jardim da Politécnica dão recolhimento e deleite. E, tratando-se de um jardim botânico, outras funções desempenha o Jardim, que não apenas as de lazer e recreio passivo.

Em 1878 foi publicado o primeiro catálogo de sementes do Jardim. Após 1892, deve-se a Henri Cayeux o embelezamento do Jardim mediante a introdução e criação de plantas ornamentais.

A maior intervenção na área do Jardim ocorreu no final dos anos 30 e princípios dos anos 40 do séc. XX, por influência do então director Ruy Telles Palhinha: a primitiva ordenação sistemática do plano superior do Jardim foi substituída pelo agrupamento das espécies em conjuntos ecológicos.

As coleções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efetivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção.

Algumas coleções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculiaridades dos microclimas criados neste Jardim.

Na esteira do que acontece na generalidade dos jardins botânicos, também este Jardim, em estreita colaboração com os restantes departamentos do Museu desenvolve, em permanência, ativos programas de educação ambiental, para os diferentes níveis etários da população estudantil e oferece visitas temáticas guiadas.

A 4 de novembro de 2010 o Jardim Botânico foi classificado como monumento nacional.

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