Entrevista com o responsável por esta nova formação, Tiago Pereira (à esquerda, na foto)
“O associativismo é peça chave na obtenção de objectivos”
Como e quando surgiu a Quatro Quartos, e quem a compõe?
A Quatro Quartos é ainda uma organização cultural não oficial e nasceu da vontade de centralizar/apoiar/produzir um conjunto de actividades artísticas, e artistas em ascensão, na zona de Sintra. Resumindo, o conceito Quatro Quartos assenta na criação de um espaço para dar espaço a diversas formas de expressão artística. A ideia foi apresentada num laboratório de ideias promovido pela Associação Dinamo, na qual ingressaram logo um conjunto de pessoas a quererem colaborar, e neste momento os membros que a compõem estão distribuídos pelas mais diversas áreas artísticas como teatro, cinema, musica, pintura, design, arquitectura etc. Mas não só, temos pessoas jornalistas, marketers, professores e de outras áreas diversas.
Qual tem sido o histórico das vossas iniciativas até agora?
Tendo a Quatro Quartos nascido em Janeiro deste ano, o nosso histórico ainda é reduzido, contudo contamos já com um evento musical com os artistas da zona de Mem Martins Bispo e Taser, e ainda com o apoio logístico na peça de teatro do grupo de teatro da Escola Secundária de Mem Martins, Lordes do Caos. Mais recentemente coproduzimos a peça “Pinhal 29, o doce de morango que a Maria fez” com o Teatro Edgardo com estreia marcada para dia 19 de Junho.
Como vêm o associativismo hoje, e particularmente o associativismo juvenil?
O associativismo é uma forma de união. Seguindo a lógica de que “sozinho ninguém faz nada” o associativismo ganha muita força nos dias de hoje. É uma forma de os jovens com ideias e forças de vontade idênticas caminharem no sentido de realizarem, mudarem, o seu futuro e as suas ideias. Nesse sentido, consideramos o associativismo peça chave no alcance de objectivos, quer pessoais, quer colectivos.
Que iniciativas ou programas entendem deverem ser desencadeados para mobilizar os jovens para as causas da cultura e da cidadania?
Uma das principais iniciativas agendadas e vontades da Quatro Quartos é trabalhar com jovens de risco sinalizados em Sintra, e modo a ocupar os tempos livres de férias e ao mesmo tempo dar-lhes a conhecer a arte e a forma como influência positivamente as nossas vidas. É uma iniciativa que faz parte dos planos a longo prazo da Quarto Quartos que só poderá ser realizada quando houver uma estrutura estável e um espaço onde tal possa acontecer.
Como surgiu a ideia para peça que vão apresentar a partir de 19 de junho?
Esta peça nasce com o Teatro Edgardo, e nasce da vontade de Nuno e Joana Lacerda em recuperem um texto que já havia sido trabalhado por eles noutras alturas. Juntou-se um grupo de actores mas acima de tudo amigos, pegou-se no texto e começou-se a trabalhar. A Quatro Quartos associou-se a esta iniciativa e está na frente de tudo o que é logística, apoio, patrocínios e organização do evento. São os primeiros passos, quer do Teatro Edgardo, quer da Quatro Quartos e esperamos que seja a primeira de muitas colaborações futuras.
Quais são os vossos planos para o futuro, a curto e médio prazo?
O futuro depende de nós e nesse sentido temos de arregaçar as mangas e colocar as mãos na massa. A curto prazo temos o teatro, a base sólida da Quatro Quartos que pretende elevar-se como uma referência teatral no concelho, lado a lado com o teatro vamos tendo outras iniciativas como exposições, concertos etc… A médio prazo estamos a trabalhar num projecto para ser apresentado à Junta de Freguesia de Mem Martins com vista à cedência de um espaço onde possamos centralizar toda a nossa arte e prestar um apoio maior aos artistas em crescimento na região assim como, colaborar em conjunto com a segurança social com vista a trabalhar com jovens de risco em programas de verão promovidos pelas juntas de freguesia.
Queremos ainda, formalizar oficialmente a Quatro Quartos como Associação Cultural.
É um caminho longo a percorrer cheio de vontades e ambições para o futuro, sabemos que não vai ser fácil, mas todos os membros da Quarto Quartos sabem perfeitamente que “sonhar é de borla” e que tudo é possível. Assim sendo, vamos passo a passo focados na nossa missão caminhando, deixando que o bater no nosso coração compasse o nosso querer e ambição.