Fernando Morais Gomes, da Alagamares
Por iniciativa da Alagamares realizou-se no dia 3 de Maio uma reunião aberta às associações, partidos e cidadãos que desde o passado mês de Março têm vindo a contestar o polémico e escandaloso abate de cerca de 1400 árvores no perímetro florestal da serra de Sintra.
Estiveram presentes representantes da Alagamares, Associação de Defesa do Património de Sintra, SintraPenaferrim, (Re)pensar Sintra, Sintra sem Herbicidas, Quercus, PAN, Bloco de Esquerda, PEV- Partido Ecologista Os Verdes, além de diversos cidadãos a título individual. Foram endereçados convites a todos os partidos políticos com representação parlamentar e municipal, bem como a diversas associações e personalidades, tendo comparecido os que puderam e quiseram.
Não estando o processo formalmente suspenso, conforme se infere das declarações do presidente do ICNF na Assembleia da República no passado dia 18 de Abril, entenderam os presentes na reunião dever continuar a pressionar-se as entidades públicas-ICNF, Ministérios da Agricultura e Ambiente, etc- para a necessidade não só de facultarem os estudos técnicos que conduziram a tal proposta de auto de marca (contestado do ponto de vista técnico por especialistas por nós consultados), como envolver outras entidades, nomeadamente a Comissão Nacional da UNESCO, atento estar a intervenção prevista para uma área inserida na Paisagem Cultural de Sintra, classificada em 1995, e as Câmaras Municipais de Sintra e Cascais.
Foi entendimento dos presentes desenvolverem através das suas associações e partidos pressão até que um novo estudo seja produzido, e que entidades como as autarquias, grupos de cidadãos, o Gabinete do Patrimonial Mundial da CMS e peritos independentes sejam ouvidos, bem como que nenhum abate seja levado a cabo a não ser que seja premente, e sempre seguido de um plano efectivo de replantação no local, na concretização do princípio “Árvore Cortada, Árvore Plantada”.
Para lá duma troca periódica de informações entre as associações e grupos presentes, foi preconizado levar a cabo novas ações públicas de sensibilização, nomeadamente, pequenos vídeos com alerta de figuras públicas, plantação de árvores, ações de limpeza no local, piqueniques e caminhadas na zona em perigo, mostras fotográficas, convite a que os cidadãos que se queiram envolver adoptem uma árvore como sua para fins de protecção e reforço da ligação à floresta,etc.
Igualmente se entendeu vir a fazer um levantamento do conjunto de proprietários públicos e privados na zona, para entender a quem cabe ou não intervir, indo os representantes dos partidos presentes diligenciar no sentido de interpelar no Parlamento e na Assembleia Municipal no que respeita à efectiva concretização em despacho da suspensão do auto de marca, se estava já adjudicado a alguma empresa o abate, calendário, estudos técnicos, sem prejuízo de recurso à Lei do Acesso aos Documentos Administrativos para efectivo conhecimento do processo, na qualidade de stakeholders e do direito à informação constitucionalmente consagrado, se necessário for.
Algumas imagens, de Pedro Macieira: