No trigésimo sexto número da NOVA ÁGUIA, o destaque maior vai para Camões, por ocasião dos 500 anos do seu nascimento. Quando o poder político se inibe e vacila, cabe à sociedade civil, mais do que queixar-se, dizer “Presente!”. Por isso, em Novembro de 2024, o MIL (Movimento Internacional Lusófono), entretanto reeleito na presidência da PASC (Plataforma de Associações da Sociedade Civil/ Casa da Cidadania), promoveu, em parceria com mais de três dezenas de entidades cívicas, culturais e académicas, um Colóquio Luso-Brasileiro para celebrar o autor d’Os Lusíadas. Sem qualquer “mas” nem qualquer “desculpa”.
Sabemos que a moda “politicamente correcta” dos nossos tempos exige a expiação dos alegados “pecados” da nossa história – em particular, da história da nossa expansão marítima (como se testemunhou nas comemorações oficiais do 10 de Junho deste ano) –, mas nós, na NOVA ÁGUIA, não cedemos a modas, por mais “politicamente correctas” que pretendam ser. Sem qualquer “mas” nem qualquer “desculpa”, publicamos aqui mais de uma dezena e meia de ensaios, apresentados, em primeira instância, nesse Colóquio Luso-Brasileiro, realizado em articulação com X Congresso MIL da Cidadania Lusófona/ III Encontro do Observatório SEDES da CPLP.
Em 2023, o MIL promoveu igualmente o “III Encontro Eça de Queiroz, 150 anos”. Publicamos aqui uma selecção dos melhores textos apresentados nesse evento, que decorreu na Biblioteca Nacional de Portugal, a par de mais três séries de três textos – respectivamente, sobre Raul Leal, nos 60 anos da sua partida (textos apresentados, em primeira instância, num Seminário promovido pelo Instituto de Filosofia da Universidade do Porto), Arnaldo de Pinho, no ano da sua morte, e José Esteves Pereira, por ocasião dos seus oitenta anos de vida. Isto para além da evocação de “Outros Vultos” da Cultura Lusófona – de António Paim, vulto maior da Filosofia Brasileira do século XX, António Sardinha, no centenário da sua morte, e Carlos Dugos, que nos deixou igualmente este ano, até Vasco da Rocha Vieira, que muito dignificou a nossa história enquanto último Governador Português de Macau.
Em “Outros Voos”, publicamos cerca de uma dezena de ensaios sobre as mais diversas temáticas; em “Extravoo”, damos o devido destaque à História Global da Literatura Portuguesa, entretanto lançada; em “Periódicos Eternos”, recordamos mais uma publicação relevante da história da nossa cultura; e, no “Bibliáguio”, damos o devido destaque a algumas publicações recentes – em particular, aquelas que foram igualmente promovidas pelo MIL. Tudo isto sem esquecer a vertente poética, a “outra asa”, da NOVA ÁGUIA, que se mantém desde o início – neste número, publicamos mais de uma dezena de poemas, como sempre tem acontecido, a par da secção “Moradas: Caderno Poético e Visual”, com poemas de Zetho Cunha Gonçalves e ilustrações de Diogo Gonçalves.
Renato Epifânio
Post Scriptum: Dedicamos este número da NOVA ÁGUIA a Arnaldo de Pinho, que nos deixou em Maio, e a Carlos Dugos, que partiu em Junho, recordando e agradecendo aqui a sua colaboração na nossa Revista: “Metáforas do V Império e de outras Utopias” (NA02); “Lima de Freitas e a Arte Real” (NA29); “Lusotropicalidade e o Culto do Divino Espírito Santo” (NA30).
Para encomendar: info@movimentolusofono.org


