De 1 a 13 de março regressou mais uma edição do Festival Internacional de Artes Performativas em Sintra, a quinta, com uma vasta programação onde não falta teatro, música, dança, marionetas, performances, workshops e exposições. Especial destaque para a realização da Feira do Livro alusiva a Artes Performativas, e ainda a realização das Conversas com Escritores.
O palco principal do certame é a Casa de Teatro de Sintra que (quase) todas as noites recebe espectáculos de múltiplas nacionalidades e de diversos estilos. No dia 2 este espaço recebeu a peça “Hamlet talvez” do português João Garcia Miguel; já no dia 3 foi a vez do Grupo de Teatro do Oprimido de Bissau apresentar ao público “Sintadu”, e no dia a seguir chegaram os Netos de Bandim, com Dança Tradicional. Depois Portugal voltou a estar em evidência com “Pelos Cabelos” do Teatro de Marionetas do Porto, no dia 5; dia 6 foi dia de conhecer “Uma Menina Bem Guardada” pelo Baal17. “Nos Tempos De Gungunhana de Moçambique”, foi a proposta de dia 9 e hoje, 10, viajamos até Cuba para “El Deseo Macbeth”. “O Violinista de São Tomé e Principe” (dia 11), “O Dia Antes de Portugal” (12) e “Say Hello Para o Futuro do Brasil”, fecham os restantes dias do festival.
Paralelamente, ao grande palco da Casa Teatro de Sintra, há o Espaço Periferias que recebe a Feira do Livro e promove conversas com autores; já no Legendary Café, poderemos ainda assistir à performance Os Poetas (dia 10). O Museu de Artes de Sintra exibe durante todo o festival, a exposição Trajes da Dança Tradicional da Guiné-Bissau.
O objectivo deste festival é o de ser um tempo e um espaço, na configuração de um arquivo da produção teatral das regiões periféricas dentro e fora de Portugal, com prioridade, nesta última geografia, para os países de língua portuguesa. Tempo, espaço e arquivo que não farão o Periferias viver apenas da apresentação de espectáculos, pois privilegiará a convivência entre criadores e a reflexão entre quem partilha a(s) representação(ões).
Enquanto espaço global e aberto à globalização, é Sintra o ambiente natural e matricial de eleição para um festival desta natureza, recebendo e partilhando a magia das artes performativas nos vários falares que comummente se afirmam como do Português, seja aquele mais sentido e interiorizado das brumas atlânticas da Europa, seja o mais açucarado e matizado, produto do nosso ecumenismo.
O espaço da lusofonia é a nossa Casa Comum, e ao Chão de Oliva tem cabido de forma pioneira dar corpo aos sonhos e levar à prática a urgência de parcerias no âmbito da actividade cultural e sobretudo no campo das artes de palco.
Duas reportagens da Alagamares TV sobre o evento:
Entrevista com João de Mello Alvim, director do Chão de Oliva e coordenador do Periferias