Entrevista com o prof. Galopim de Carvalho

O professor Galopim de Carvalho é um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais marcantes da riquíssima evolução da história natural, e o rosto mais conhecido da luta pela preservação do trilho de pegadas de dinossauros de Carenque, nos anos 90.

Em Outubro será um dos oradores do V Encontro de História de Sintra promovido pela Alagamares, de 27 a 29, no Palácio da Vila, tendo entretanto dado uma entrevista ao nosso site.

No início da sua vida o sr. professor fez um pouco de tudo. Como surgiu a geologia na sua vida?

No meu 5º ano do liceu (actual 9º ano) tive um professor de Ciências Naturais que deixou em mim a semente desse domínio do saber científico que, não obstante diversos desvios de percurso, acabou por germinar tarde mas ainda a tempo de lhe dedicar mais de cinquenta anos de vida.

É conhecido com o avô dos dinossauros. Portugal é particularmente rico em vestígios desses animais hoje extintos?

Nunca fui nem sou paleontólogo no domínio dos dinossáurios. O meu envolvimento com esse interessante ramo da paleontologia, enquanto director do Museu Nacional de História Natural, limitou-se à divulgação científica, escrevendo artigos, publicando um livro (Dinossáurios e a Batalha de Carenque), promovendo grandes exposições que atraíram centenas de milhar de visitantes. Portugal é rico em fósseis de Dinossáurios, sendo muitas as descobertas recentes e respectivos estudos quer de restos ósseos em Pombal, Lourinhã, Torres Vedras e Batalha, entre outros, quer de trilhos em Pêgo Longo (Carenque, Sintra), Pedreira do Galinha (Serra d’Aire), Vale de Meios (Santarém) Cabo Espichel, Vila do Bispo, entre outros locais. Para além de comunicações apresentadas em reuniões científicas nacionais e internacionais e de artigos vários em revistas da especialidade, são testemunhos deste renascer de interesse duas importantes memórias publicadas pela revista “Gaia”, do Museu Nacional de História Natural, “Aspects of Sauropod Paleobiology” (nº 10, 1994) e “Aspects of Theropod Paleobiology”, (nº 15, 2000), nas quais foram dados à estampa estudos levados a efeito pelos mais consagrados especialistas de todo o mundo, numa colaboração que se tem vindo a afirmar e de que resultou, em 1998, a realização, em Lisboa, do “1º Encontro Internacional sobre Paleobiologia dos Dinossáurios – Programa de Musealização para Pistas de Dinossáurios em Portugal”, cujas comunicações estão reunidas no respectivo Livro de Actas.

A designada trilha de icnofósseis de Carenque continua por musealizar. Que valor tem esse achado, e o que deveria ser feito para o divulgar e dar a conhecer? Há condições para um centro interpretativo no local ou noutro espaço de acesso adequado?

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A história da que ficou conhecida por “Batalha de Carenque” remonta a 1986, quando dois finalistas da Licenciatura em Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, Carlos Coke e Paulo Branquinho, meus ex-alunos, descobriram um vasto conjunto de pegadas de dinossáurios no fundo de uma pedreira abandonada e, na altura, a ser usada como vazadouro de entulhos e lixeira clandestina, em Pego Longo (concelho de Sintra) na vizinhança imediata de Carenque (Concelho da Amadora)

A jazida corresponde à superfície de uma camada de calcário do Cretácico, com cerca de 95 Ma (milhões de anos) com cerca de duas centenas de pegadas, de onde sobressai, pela sua excepcional importância, um trilho com 132 metros de comprimento, no troço visível, formado por marcas subcirculares, com 50 a 60cm de diâmetro, atribuídas a um dinossáurio bípede. Além deste, considerado, na altura, o mais longo trilho contínuo da Europa, identificaram-se, na mesma superfície, pegadas tridáctilas, atribuíveis a carnívoros (terópodes), parte delas igualmente organizadas em trilhos.

Tendo por objectivo salvar este importante património ameaçado de destruição pela então projectada construção da CREL (Circular Regional Exterior de Lisboa), desenvolvi, em nome no Museu, um intenso trabalho de divulgação científica, coadjuvado pelos melhores especialistas existentes a nível internacional, o que foi regular, insistente e amplamente publicitado em múltiplas acções de divulgação, tais como exposições, palestras públicas e nas escolas por todo o país, debates, etc., numa ligação aos media pouco usual entre nós. A salvaguarda conseguida deste importante geomonumento constituiu uma vitória para os portugueses e, em particular, para as crianças das nossas escolas e para os seus professores, que acompanharam, participada e envolvidamente, esta longa batalha.

Há cerca de 95 Ma, esta região e, como ela, parte da actual Estremadura, era baixa, ribeirinha, plana e alagadiça, numa transição do meio continental para o marinho. O clima era quente e húmido e a vegetação abundante. O oceano Atlântico não tinha ainda, na sua progressão de abertura para norte, separado suficientemente os continentes norte-americano e euro-asiático, havendo, sim, no que é hoje a orla ocidental de Portugal, uma penetração de mar limitado, a Oeste, por terras actualmente do lado de lá do Atlântico, na Terra Nova e no Labrador e, a Leste, pelo bordo ocidental da Ibéria. É nesta espécie de estreito e extenso golfo que se passa grande parte da história geológica desta orla, de que a serra de Sintra é parte integrante.

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Ao deslocarem-se nas margens dos rios, lagos ou lagunas litorais, os animais deixaram impressas as suas pegadas no chão húmido, ou mesmo na vasa do fundo de zonas pantanosas. Esses sedimentos, ao secarem, e sempre que o acaso permitiu a sua cobertura por novos depósitos, ficaram protegidos e, com eles, as pegadas. A evolução geológica da região conduziu a que estas ficassem sob grande espessura de sedimentos marinhos, testemunhos da invasão pelo mar durante mais alguns milhões de anos, sedimentos que se transformaram em calcário ao longo do tempo, através de processos lentos e complexos que nos permitem reconstituir essa evolução. As pegadas de Carenque foram deixadas sobre terrenos planos, horizontais e sub-horizontais e, se hoje as encontramos numa superfície inclinada é, tão-só e apenas, porque esses terrenos foram deslocados da sua posição inicial, aquando da elevação do maciço de Sintra.

O projecto do Museu e Centro de Interpretação de Pego Longo (Carenque) concebido e realizado pelo Arqtº. Mário Moutinho, do quadro do nosso Museu, em 1998, foi aprovado pela Câmara Municipal de Sintra, com mais de quatro anos de atraso, em 2001, presidia então à autarquia a Dr.ª Edite Estrela. Nesta fase, o vereador Dr. Herculano Pombo estava a ajudar-nos na via de obtenção do financiamento necessário à construção do referido Museu e Centro de Interpretação, mas essa ajuda perdeu-se na mudança de vereação que se seguiu. De então para cá nada mais foi feito e já passaram 15 anos…Como resposta às várias insistências que tenho desenvolvido junto desta Câmara, no sentido da concretização deste projecto, tenho recebido bom trato, promessas e a muita simpatia dos presidentes que lhe sucederam, Prof. Fernando Seara e Dr. Basílio Horta, o que nada adianta na resolução deste problema.

Em apoio deste significativo potencial está o facto de a jazida se situar na vizinhança de uma grande metrópole e numa região de intensa procura turística (Sintra, Queluz, Belas) e, ainda, o de ser servida por duas importantes rodovias, a via rápida Lisboa-Sintra (IC-19), por Queluz, e a CREL (A9) que a torna acessível pelo nó de Belas e, no futuro, mais comodamente, pelo de Colaride.

A jazida de Pego Longo e o futuro Museu e Centro de Interpretação ultrapassarão o contexto local e até o nacional. O seu reconhecimento como valioso e excepcional património geológico e paleontológico, à escala internacional, é hoje um dado adquirido. Assim e tendo em conta a condição privilegiada da região sintrense e a sua recente classificação, pela UNESCO, como Património Mundial, se justifica todo o envolvimento que possa surgir, por parte da Administração Central, nesta realização que transcende não só as fronteiras da autarquia, como também as do País.

Numa época em que os parques geológicos e a musealização de geossítios surgem por toda a Europa e em que o geoturismo cresce de ano para ano, não se entende, como este concelho, riquíssimo neste tipo de património natural, continue a ignorar esta mais valia e a desperdiçar toda a colaboração que lhe temos vindo a oferecer, graciosamente, acentue-se.

“A Serra de Sintra é uma sinfonia de pedras que interessa perservar”

Como caracterizaria a serra de Sintra do ponto de vista geológico?

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O interesse científico pela geologia da Serra de Sintra remonta aos finais do século XVIII e início do século XIX. É porém a Paul Choffat (1849-1919), geólogo de nacionalidade suíça, radicado no nosso País, que se deve a primeira abordagem (1885) ao conhecimento geológico deste, como ele próprio referiu, «joyau de la petrographie», em virtude da riqueza e diversidade de rochas ígneas que caracteriza o núcleo da montanha. A mesma Serra que o poeta britânico, George Gordon Byron (1788-1824), mais conhecido como Lorde Byron e uma das figuras mais influentes do Romantismo, classificou de “pérola lançada a porcos”, numa deselegância digna do seu snob e muito british elitismo.

Têm sido muitos os cientistas eminentes, nacionais e estrangeiros que, a partir de finais do século XIX, lhe dedicaram o melhor da sua atenção e do seu saber, confirmando, no interesse que lhe votaram, a opinião expressa por alguns, segundo a qual o maciço de Sintra constitui o acidente geológico e geomorfológico mais importante da península de Lisboa.

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Este maciço montanhoso sobressai uns 300 metros acima das plataformas calcárias que o rodeiam, de São João das Lampas, a Norte, e de Cascais, a Sul. Quer pelo relevo, quer pela natureza geológica, quer, ainda e em consequência destes dois aspectos, pelo clima e pela vegetação, a serra de Sintra constitui uma unidade algo exótica, erguida a meio da monotonia da paisagem envolvente.

A serra de Sintra, tal como se nos apresenta hoje, é o resultado de uma intrusão de magma, oriundo da profundidade, que ascendeu até aos níveis mais elevados da crosta, depois de atravessar mais de 30 Km de espessura de rochas graníticas do soco, acabando por se encaixar e arrefecer no Cretácico superior, há cerca de 82 Ma, em rochas mais recentes, de natureza sedimentar (calcários, margas, argilitos, arenitos, conglomerados) de uma sequência de camadas espessas de cerca de 3500 metros equivalentes a um intervalo de tempo de cerca de 63 Ma, entre o Jurássico superior e o Cretácico médio.

Nesta última fase da intrusão, o corpo magmático, ou seja, o núcleo da serra deformou e elevou estas camadas da cobertura sedimentar mesozóica, então ainda submersa, que lhe servem assim de encaixante.

Uma vez que o magma não brotou à superfície, o maciço é interpretado como uma estrutura subvulcânica que deu origem a uma grande dobra anticlinal assimétrica, tombada para Norte com tendência cavalgante nesse sentido, testemunhado por falhas inversas ao longo da directriz que o margina na base da vertente setentrional.

Entre os muitos tipos de rochas magmáticas representadas neste maciço, o granito é, sem dúvida, a rocha mais abundante, seguindo-se-lhe, para o interior, um núcleo formado por sienitos e microssienitos. No sector ocidental, entre estas duas manchas, os gabros e os dioritos desenham um anel descontínuo.

Com o núcleo magmático deste maciço relaciona-se ainda densa rede de filões, radiais e concêntricos, os primeiros divergindo a partir do maciço e os segundos envolvendo-o em anéis concêntricos. Entre os principais tipos petrográficos contam-se microssienitos, traquitos, microdioritos, microgranitos, riolitos, doleritos e lamprófiros.

Por todas as características apontadas, fruto de numerosos e importantes estudos de que tem sido alvo, a serra de Sintra é, também para a geologia, uma sinfonia de pedras que muito interessa preservar.

Como vão os estudos geológicos em Portugal?

No que diz respeito às Universidades e ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), considero-os avançados e de grande qualidade como nunca estiveram. No que diz respeito ao ensino da Geologia nas nossas escola básicas e secundárias, ressalvando as sempre necessárias e honrosas excepções, esta disciplina limita-se a um conjunto de matérias desarticuladas e desinseridas de um contexto unificador, tidas por desinteressantes e, até, fastidiosas. São muitos os professores mal habilitados que as debitam sem entusiasmo, por dever de ofício. São muitos os que, sem capacidade crítica, seguem o estereotipado e igualmente acrítico manual adoptado, que o aluno decora por obrigação de um programa de mérito discutível, e que lança no caixote do esquecimento, passado que foi o exame final. Resumindo, direi que o ensino da Geologia nas nossas escolas se limita a adestrar os alunos a acertarem nas questões propostas em exames finais, por comissões designadas para o efeito, cujos elementos considero afastados da realidade científica da disciplina.

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Em sua opinião, porque se extinguiram os dinossauros?

Os especialistas nesta matéria têm vindo a encontrar provas de que os dinossáurios não se extinguiram completamente, aquando da grande extinção no final do Cretácico, há cerca de 65 Ma, tendo um grupo de entre eles evoluído para as aves.

Quão grave é o fenómeno da erosão na costa portuguesa, e particularmente no litoral sintrense?

Em qualquer litoral, o confronto entre a força erosiva das vagas e a costa é uma constante desde os primórdios do planeta, quando surgiram os primeiros mares rodeando as primeiras terras. O balanço entre o recuo da costa (litoral de erosão) e o seu avanço (litoral de acumulação) concretizado pela formação e crescimento de praias (no geral de areias), depende, sobretudo, da energia e orientação das vagas e da natureza das rochas a elas expostas, variáveis com o tempo e perceptíveis à escala da duração da vida humana. Depende. Ainda, das oscilações do nível com mar, causando avanços e recuos da linha de costa, uma realidade bem conhecida na historia da Terra, à escala do tempo geológico e, portanto, imperceptível aos nossos olhos.

Entrevistador: Fernando Morais Gomes

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António Marcos Galopim de Carvalho nasceu em Évora, em 1931. É licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1961), doutorado em Sedimentologia (3ème cycle), em Paris (Sorbonne, 1964) e em Geologia pela Universidade de Lisboa (1969) e obteve a agregação em 1975. Jubilou-se como professor catedrático, em 2001.

Durante as quatro décadas de docência na Faculdade de Ciências de Lisboa, entre 1961 e 2001, assegurou o ensino prático de Cristalografia, Mineralogia, Geologia, Geomorfologia, Paleontologia, Petrografia, Sedimentar, Sedimentologia, Geologia de Portugal, Jazigos Minerais não Metálicos e as regências teóricas de Mineralogia e Geologia Gerais, Geologia, Geomorfologia, Geologia de Portugal, Petrografia Sedimentar, Sedimentologia, Jazigos Minerais não Metálicos,

Entre 1965 e 1981 leccionou no Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa, onde criou e dirigiu um laboratório de Sedimentologia.

Como professor convidado, leccionou Sedimentologia na Universidade dos Açores, de 1990 a 1993,  Geologia de Portugal na Universidade do Algarve, de 1996 a 1998, e Mineralogia e Geologia na Cooperativa Arco, na década de 1990.

Dirigiu dois projectos de investigação na da Paleontologia e Paleobiologia dos Dinossáurios e oito na área da Geologia Marinha (em colaboração com Alveirinho Dias) com vários mestrados e cerca de uma quinzena de doutoramentos.

Foi director do Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa (1983-1993) e do Museu Nacional de História Natural (MNHN) da mesma universidade (1993-2003).

Foi colaborador, a título gracioso, dos Serviços Geológicos de Portugal, na feitura de Cartas Geológicas de Portugal, na escala 1:50 000 (Castelo Branco, Castro Verde, Évora, Monte Trigo, Moura, Ponte de Sor, Santiago do Cacém, Sines, e Tomar) e do Serviço de Fomento Mineiro, na prospecção e estudo de areias siliciosas e  de argilas especiais (bentonite e palygorskite).

Assinou cerca de duzentos e cinquenta títulos entre artigos científicos, de divulgação e de opinião.

Foi o responsável científico das exposições:

1 – Dinossáurios Regressam em Lisboa, em 1992, no MNHN;

2 – A Forma dos Minerais, em 1992, no MNHN;

3 – 65 Milhões de anos depois – um regresso, em 1994, no Porto, promovida pela Faculdade de Ciências do Porto;

4 – Insectões – réplicas ampliadas robotizadas, em 1994-95, no MNHN;

5 – Cristais da Mina da Panasqueira, em 1996-99, no MNHN;

6 – Tudo sobre Dinossáurios, desde 1998, no MNHN;

7 – Meteoritos caídos em Portugal, em 1999, no Fórum Municipal de Ourique;

8 – Minerais do Planeta, em 1999, em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo;

9 – Minerais: Identificar e Classificar, desde 2001, no MNHN;

10 – Carnívoros – Dinossáurios de novo em Lisboa, em 2003, no MNHN;

11 – Gobisaurus – Dinossáurios da Mongólia, em 2004, na Torre Vasco da Gama, Parque das Nações, em Lisboa;

12 – Dinossauromania, no Museu do Brinquedo, Sintra, em 2004/2005, em colaboração com a Dr.ª Gabriela Cavaco;

13 – Plumas e Dinossáurios, em 2005, no MNHN;

14 – O calcário, na Ciência, na Tecnologia e na Arte, em 2005, no Museu da Pedra, em Cantanhede.

15 – Dinossáurios regressam a Cantanhede, em 2007, no Museu da Pedra, em Cantanhede.

16 – T.Rex. quando as galinhas tinham dentes, No Pavilhão do Conhecimento, Ciência Viva, em 2012.

Foi responsável científico pela produção de três filmes em vídeo, da Universidade Aberta, sobre temas de Geologia, Sedimentologia e Estratigrafia; de dois relativos às exposições “Dinossáurios em Lisboa”, “Dinossáurios da China”; e de um referente ao “Monumento Natural com Pegadas de Dinossáurio da Serra d’Aire” (PNSAC) e, ainda, pelo CD Rom “Carnívoros (do MNHN).

Tem colaborado com várias editoras (Âncora, Assírio e Alvim, Caminho, Editorial Notícias, Editores Reunidos, Inquérito, Grupo Fórum, Planeta de Agostini, Texto Editora) em obras no domínio das suas competências, assim como em séries de divulgação científica exibidas nas televisões nacionais.

Como membro da comunidade científica nacional e a convite de Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, fez parte da comitiva presidencial na Visita de Estado ao Brasil, em Setembro de 1997.

Nas últimas décadas tem desenvolvido actividade no sentido da salvaguarda e valorização do Património Geológico e Paleontológico Nacional, de cujas acções acabaram por ser salvas as grandes jazidas de Icnofósseis de Dinossáurios de Pego Longo (Carenque), da Serra d’Aire e do cabo Espichel (Pedra da Mua e Lagosteiros) e, entre outros, vários geomonumentos em Lisboa, Setúbal (Pedra Furada), Évora (S. Bento) e Viseu (Monte de Santa Luzia – Museu do Quartzo) este galardoado com o Prémio Nacional do Ambiente, em 1997.

Foi membro da Comissão Nacional da UNESCO, na década de 90: na Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI); no International Geological Correlation Program (IGCP); e na Secção especializada “Ciência”.

Proferiu conferências, participou em colóquios e orientou debates, num número que ronda as duas centenas, por todo o país (nas universidades, em escolas, bibliotecas municipais e associações várias) e no estrangeiro, em Luanda, Paris, Bruxelas, Munchehagen (Hannover), Toronto e Drumheller (Canadá), Macau e Rio de Janeiro, numa actividade em que continua activo.

Participou em exposições de pintura (óleo e aguarela), desenho e escultura em Évora, Vendas Novas e Lisboa (Casa do Alentejo).

A Escola Básica des 2º e 3º ciclos, com ensino secundário da Sarrazola, de Colares (Sintra) deu o nome de Galopim da Carvalho à Sala de Ciências Naturais.

Por Despacho do Secretário de Estado da Administração Escolar, de 21-05-99, a Escola de Pego Longo (Carenque, Sintra) passou a chamar-se Escola Básica 2+3 Professor Galopim de Carvalho. Em 2002, o Artº 16 da Lei 30/2002 designou-o como patrono do Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas Professor Galopim de Carvalho, de Queluz-Belas.

Criou em Viseu o Museu do Quartzo, inaugurado em 2012, que, por deliberação da Autarquia local, tomou o nome de “Centro de Interpretação Galopim de Carvalho”.

Em 2013 foi designado patrono da Escola Básica Galopim de Carvalho, em Évora.

Em 2014, a Escola Básica André Soares, de Braga, deu o nome de Galopim da Carvalho à Sala de Ciências Naturais.

Como livros dirigidos aos ensinos secundário e superior e à divulgação científica publicou:

1965 – Sedimentologia aplicada à Geomorfologia, edição policopiada do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.

1971 – Briozoários do Terciário Português, edição do Centro de Estudos de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

1977-78 – Geologia, Vols. I, II e III, edição do Ministério da Educação (Ano Propedêutico).

1980 – Geologia, Volume I – A Terra, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau e P. Baptista, Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.

1981 – Geologia, Vol. II – Geodinâmica, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau e P. Baptista, Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.

1989 – Dinossáurios, edição da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção Natura.

1991 – A Vida e Morte dos Dinossáurios, em colaboração com Nuno Galopim de Carvalho, Gradiva.

1991 – Geologia do Arquipélago da Madeira, em colaboração com J. Brandão, edição do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.

1994 – Dinossáurios e a Batalha de Carenque, Editorial Notícias.

1995 – Mineralogia e Cristalografia, edição da Universidade Aberta.

1996 – Morfogénese e Sedimentogénese, edição da Universidade Aberta.

1997 – Petrogénese e Orogénese, edição da Universidade Aberta.

2000 – Guadiana Antes de Alqueva, edição da Direcção Geral do Ambiente, Évora.

2000 – Introdução ao Estudo dos Minerais, com uma 2ª edição em 2002, Âncora Editora.

2002 – Introdução ao Estudo do Magmatismo e das Rochas Magmáticas, Âncora Editora.

2002 – Dinossáurios – Uma Nova Visão, em colaboração com J. P. Barata e Vanda Santos, Âncora Editora.

2003 – Geologia Sedimentar, Volume I, Sedimentogénese, Âncora Editora.

2004 – Geologia Sedimentar, Volume II, Sedimentologia, Âncora Editora.

2006 – Geologia Sedimentar, Volume III, Rochas Sedimentares, Âncora Editora.

2007 – Como Bola Colorida, Âncora Editora.

2008 – Contos da Dona Terra, em colaboração com M. H. Henriques e M. J. Moreno. Comissão Nacional da UNESCO e C.M. de Cascais. Soc. Industrial Gráfica.

2011 – Dicionário de Geologia, Âncora Editora

2012 – Era uma vez…com Ciência, Âncora Editora.

2013  – Conversas com os Reis de Portugal, Âncora Editora

2014 – Evolução do Pensamento Geológico, nos contextos filosófico, religioso, social e político da Europa. Âncora Editora.

2015 – As Pedras e as Palavras,  Âncora Editora

No prelo – O Avô e os Netos falam de Geologia

Em preparação – Geotoponímia.

No domínio da literatura de ficção publicou:

1993 – O Cheiro da Madeira, Editorial Notícias, mais duas edições em 1995 e 2002, Âncora Editora.

1995 – O Preço da Borrega, Editorial Notícias.

1997 – Os Homens Não Tapam as Orelhas, Editorial Notícias.

2002 – Com Poejos e Outras Ervas, Âncora Editora, reeditado pelo Círculo de Leitores, em 2004.

2008 – Fora de Portas, Memórias e Reflexões, Âncora Edito

2015 – O Macaco, os Amigos e as Bananas (infantil), Âncora Editora

Em preparação – Co-entradas.

Organizações a que pertenceu ou pertence:

Vice-presidente da Federação Portuguesa das Associações e Sociedades Científicas

Presidente da Liga dos Amigos do MNHN.

Sócio Fundador da Associação Portuguesa de Geólogos, em 1991.

Vice-presidente da Sociedade Geológica de Portugal.

Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais.

Sócio Efectivo da Sociedade Portuguesa de Escritores.

Membro do “Grupo de Trabalho para o Património Paleontológico” do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Consultor científico na área da Geologia da National Geographic, edição portuguesa.

Membro do Conselho Geral da Fundação Alentejo Terra Mãe.

Membro da Confraria Gastronómica do Alentejo.

Membro da Comissão para o Ano Internacional do Planeta Terra, da UNESCO.

Sócio honorário da Associação para o Estudo e Promoção das artes Culinárias “As Idades dos Sabores.”

Membro honorário da Associação de Escritores do Alentejo ASSESTA

Foi distinguido com:

1994 – Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada (Artes, Letras e Ciências).

1994 – Prémio Bordalo da Ciência.

1995 – Prémio Conservação da Natureza (Quercus).

1995 – Diploma de Mérito (Profissional do Ano – Ciência) do Rotary Club de Lisboa.

1996 – Medalha de Prata da Vila de Sintra.

1997 – Prémio Nacional do Ambiente (Autarquias).

2000 – Medalha de Ouro da Cidade de Évora.

2003 – Prémio Prestígio “Mais Alentejo” (Ciência).

2006 – Prémio APOM (Melhor Personalidade na Área da Museologia).

2008 – Medalha de Ouro do Município de Ourém.

2014 – Grande Prémio Ciência Viva.

2016 – Medalha Municipal de Mérito Científico, da Câmara Municipal de Lisboa

 

 

 

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